No Centro Cultural João Fona, eles tiveram a oportunidade única de acompanhar o restauro de peças originais da etnia Tapajó.
Nesta terça-feira (16), a Pérola do Tapajós recebeu novos grupos de turistas estrangeiros. Eles vieram a bordo do transatlântico Zuiderdam e foram ao Centro Cultural João Fona. A visita, também, foi acompanhada por indígenas da etnia Munduruku do município de Jacareacanga. Ao chegarem ao prédio, eles tiveram a oportunidade de acompanhar o restauro de peças originais da etnia Tapajó.
O Centro, de acordo com o secretário de Cultura, Adson Tertulino, é uma das portas do conhecimento sobre a história do povo santareno. Ele atrai muitos turistas e profissionais da pesquisa, como de execuções de projetos em cerâmica.
“A exemplo deste que ano que se inicia, o restauro das peças em cerâmica é realizado pelas egressas santarenas da Universidade Federal do Oeste do Pará [Ufopa] e doutorandas da Universidade de São Paulo [USP]. As arqueólogas Ana Carolina Arapiun e Natalya Pinheiro, que foram premiadas em nível estadual pela Lei de Incentivo à Cultura Paulo Gustavo [LPG]. O resultado será grandioso, tanto em relação à preservação das peças, e conhecimento maior dos munícipes e turistas”, destacou.
O projeto concorreu ao edital de patrimônio material. Denomina-se Curadoria da Coleção Ubirajara Bentes-PA e se destina a executar o restauro e o inventário, seguido de catalogação das peças do Museu Ubirajara Bentes de Souza do Centro Cultural João Fona.
“Nesse primeiro momento, estamos realizando a limpeza e higienização das peças e, depois, faremos a segundo etapa, que consiste na numeração de todas as peças de cerâmica. Vamos utilizar material específico de curadoria, depois fotografar as peças. Devemos concluir com a produção de catálogo e divulgação de forma virtual até final de março deste ano”, explicou a arqueóloga Natalya Pinheiro.
A história das peças tapajônica e vê-las são o interesse maior dos turistas. O trabalho do restauro foi apreciado pelos turistas estrangeiros e nacionais. A guia de turismo Milena Sarmento, do navio Zuiderdam , explica que os internacionais fazem inúmeras perguntas sobre a população, relacionadas ao funcionamento geral do município, sobre em ter escolas/universidades, se há empregos, a infraestrutura, e sobre a cultura.
“A pergunta central é sobre as cerâmicas produzidas pelos indigenas da etnia Tapajó. É excelente a preocupação na realização do trabalho do restauro de peças”, relata Milena.
Os indígenas da etnia Munduruku são do município de Jacareacanga, iniciantes à vida religiosa, vinculada à Custódia Franciscana São Benedito da Amazônia. Eles foram acompanhados pelo santareno e frade Fábio Vasconcelos.
“Estar no CCJF [Centro Cultural João Fona] é viver uma experiência. Não é ver apenas algo do passado, mas acompanhar a cultura que se constrói a cada dia. A nossa vinda aqui fortalece as raízes e trazê-los para conhecer Santarém, através deste acervo, os fazem lembrar da própria cultura. Eles observaram muito as cerâmicas e as flechas daqui, ficaram impressionados e fizeram comparações em relação as existentes em Jacareacanga, toca no coração e na memória deles”, assim o frade descreveu o relato dos indígenas.
Os estrangeiros vindos no transatlântico Zuiderdam fazem parte da rota turística internacional 2023-2024, que iniciou em 19 de outubro do ano passado e encerrará em 20 de março deste ano.
Ascom PMS