Durante a Cop 28 em Dubai, governador do Pará e equipe envolvida com sistema jurisdicional em construção no estado se reuniram com possíveis compradores.
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), apresentou a representantes de multinacionais o plano de iniciar um sistema jurisdicional paraense de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+), que trata de transações no mercado de carbono.
A reunião neste domingo (3) com a Coalizão Leaf, iniciativa público-privada global que financia projetos de redução de emissões causadas pelo desmatamento, buscou possíveis compradores dentro do sistema em que o Pará possa créditos de carbono no mercado voluntário, segundo o governo.
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A mesa redonda foi em Dubai, durante Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 28, às 13h30 no horário de Dubai (6h30 no horário de Brasília).
Barbalho afirmou que o processo de construção do sistema de REDD+ no Pará, conduzido pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), conta com participação de Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais (PIQCTs), com foco na repartição de benefícios.
Ele fez um histórico das iniciativas estaduais para a redução do desmatamento e da emissão de gases do efeito estufa, acenando para empresas investirem nos créditos de carbono do Pará. Atualmente o Estado ainda está estruturando o sistema e criou uma companhia estatal para administrar as transações de créditos de carbono.
“Agora, chegou o momento de apresentarem a tomada de decisão de que modelo vão aplicar no mercado de carbono de floresta. Vocês podem seguir no caminho que talvez seja mais barato e mais simples e não nos escolher, mas vocês podem escolher um modelo seguro e íntegro”, disse aos possíveis investidores.
O secretário adjunto de Recursos Hídricos e Clima da Semas, Raul Protázio Romão, fez um balanço sobre a reunião. Ele disse que “a ideia foi de apresentar, aos maiores compradores do mundo, o que o Pará está estruturando no sistema jurisdicional de REDD+, que permitirá gerar créditos de carbono em um ambiente íntegro, de qualidade, que escuta a sociedade civil e com integridade ambiental”.
Romão defende que o plano do governo é oferecer um produto “premium”, com valor agregado diferente das empresas globais, e que o Estado está então iniciando o processo de negociação com as empresas compradoras.
“O nosso sistema tem como diferencial uma forte participação social. Nesse sistema, a população não é só ouvida, mas constrói junto”, disse o secretário.
Fonte: g1 Pará