Oficina de Inclusão Digital lança documento que reafirma a importância de telecentros, livre acesso à internet e letramento digital

“Carta Paulo Lima” já conta com a assinatura de dezenas de organizações da sociedade civil
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Depois de três dias de palestras, discussões e encontros, a 14ª Oficina de Inclusão Digital termina com um documento que sintetiza o conteúdo trazido pelo evento. A “Carta Paulo Lima” reafirma a importância dos telecentros, do letramento digital, do livre acesso à internet e da inclusão como forma de se combater a desinformação. O documento, que já conta com a adesão de dezenas de institutos, coletivos, associações, organizações governamentais e redes, será encaminhado para toda a administração pública e ficará disponível, no site do evento, para novas assinaturas.

Foi a primeira oficina realizada após um período de sete anos e o encontro marcou a volta de uma discussão nacional sobre inclusão digital. “A oficina para nós foi um resgate. Nós fazemos parte dessa história e não podemos deixar de sonhar, de acreditar que temos, como missão, levar tecnologia de forma inclusiva para o povo brasileiro, contribuindo para que as pessoas exerçam sua cidadania”, afirmou Valéria Silva, gerente do Projeto Estratégico “Ser ESG” do Serpro.

Na cerimônica de encerramento também foi anunciado o retorno do Fórum Internacional do Sofware Livre (FISL), com previsão para julho de 2024, abrigando uma nova oficina de inclusão digital.

Beatriz Tibiriçá, do Coletivo Digital, uma das ONGs que promoveram o evento, disse que o encontro só foi possível graças ao apoio institucional de órgãos e entidades do governo e sociedade civil. “O Sesi foi o primeiro a apostar na volta da oficina. Em seguida vieram o Serpro, a Dataprev e o Comitê Gestor da Internet. Vocês nos ajudaram a fazer e acontecer. Foi uma emoção muito grande essa retomada que a gente fez. E não vamos parar, vai ter oficina todo o ano!”, anunciou.

Quem foi Paulo Lima

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O historiador, jornalista, professor universitário e ativista da inclusão digital Paulo Lima faleceu, no último mês de abril, aos 56 anos. Sua trajetória foi marcada pela luta pela defesa dos direitos humanos e garantia de acesso à internet em regiões isoladas da floresta amazônica. Paulo Lima era coordenador do projeto Saúde e Alegria, uma iniciativa civil que promove o desenvolvimento sustentável e integrado de comunidades da região. Ele também foi consultor da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL), da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e ajudou a fundar o Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós.

Sua atuação passou por áreas como história, sociologia rural, ciências ambientais, ciência política, redes comunitárias e comunicação social.

Comunicação do Serpro