Caso Iran Parente: acusado de mandar matar o empresário é preso em Santarém

Dionar Nunes foi preso por determinação do juiz Gabriel Veloso por descumprir medidas cautelares.
Reprodução/internet – Foto/montagem: RDN

O Tribunal de Justiça do Pará determinou na quarta (15) o restabelecimento da prisão preventiva de Dionar Cunha Junior, acusado de mandar matar o empresário Iran Parente em Santarém, no oeste do Pará. Isso porque o acusado descumpriu medidas cautelas, sendo visto – inclusive – participando de uma programação em outra cidade da região. 

De acordo com a decisão judicial, proferida pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Santarém, Gabriel Veloso, o acusado foi flagrado em uma programação festiva – Raid – na cidade de Juruti, o que configura quebra das medidas cautelares estipuladas para a concessão da liberdade provisória. 

“Fotos e filmagens demonstram o descumprimento de uma terceira medida cautelar imposta ao acusado: “10. Não frequentar bares, boates, casas de Shows, locais de prostituição, jogos, torneio de futebol ou baralho e lugares similares.”, que na verdade trata do afastamento do acusado Dionar Nunes Cunha Junior de festejos sociais públicos, com o evento Raid, que para piorar foi na cidade de Juruti, fora da Comarca de Santarém, demonstrando que ele realmente não respeita as ordens judiciais que recebeu”, diz um trecho da decisão. 

Iran Parente e sua esposa Josielen: duplo assassinato em fevereiro de 2020. Foto: Blog do Jeso

Ainda segundo a decisão, um oficial de justiça esteve nos endereços informados por Dionar e nos dois lugares o acusado não foi encontrado, o que também reforça que ele descumpriu as medidas cautelares, já que ele deveria estar em casa após às 21h e permanecer na residência o dia inteiro de domingo, o que não foi respeitado.

juiz reforça que o restabelecimento da prisão preventiva é uma forma de manter a ordem pública, já que manter a liberdade provisória do acusado após quebra de medidas cautelares seria uma forma de colocar em descrédito o Poder Judiciário. 

“Os fatos se mantidos no ver desse Juízo levarão a total descrédito do Poder Judiciário perante a sociedade santarena”, diz outro trecho do documento. 

Entenda o caso

Iran Parente e Josielen Prezza foram encontrados mortos no dia 28 de fevereiro de 2020 — Foto: Reprodução/Redes sociais
Iran Parente e Josielen Prezza foram encontrados mortos no dia 28 de fevereiro de 2020 — Foto: Reprodução/Redes sociais

Iran Parente e Josielen Prezza foram mortos no dia 27 de fevereiro deste ano, com diversos tiros, mas seus corpos só foram encontrados na manhã do dia 28 em uma propriedade rural na região da rodovia Santarém-Curuá-Una. 

Ainda no dia 28 de fevereiro, a polícia prendeu Erick Renan que havia sofrido um acidente após capotar com o carro das vítimas em uma plantação de soja. Em depoimento, ele confessou participação no crime e disse que tinha agido junto com Valdileno Fraga Dias, conhecido como “Preto”, e que eles haviam sido contratados por Alessandro Gomes da Silva, um capataz de fazenda conhecido como Mineirinho. Erick e Valdileno receberiam R$ 10 mil, cada um, para pegar uma pasta de documentos que estava com Iran Parente e se fosse houvesse reação, a ordem era para matar. 

No curso das investigações a polícia chegou ao nome de Dionar Cunha Junior, que era amigo e homem de confiança de Iran. Ele foi indiciado pela polícia como mandante do duplo homicídio. O crime teria sido encomendado pelo valor de R$ 100 mil, em negociação direta com Alessandro Gomes da Silva, que era capataz no Haras Barbosa, onde tudo foi tramado. A motivação seria ganância. 

Segundo o inquérito policial, Dionar devia uma grande quantia em dinheiro para Iran, que emprestava dinheiro a juros. “Reavendo promissórias, cheques e até escrituras de imóveis que estariam em posse de Iran, Dionar se livraria das dívidas”, concluiu a polícia. 

Valdileno Braga Dias, Alessandro Gomes da Silva e Aline Maiara Ribeiro dos Santos são considerados foragidos da Justiça.

Fonte: g1 Santarém