Primeira Unidade de Beneficiamento Madeireiro Comunitário da Amazônia será implantada na região do Tapajós

A instalação trará benefícios socioambientais e econômicos para as mais de mil famílias que residem na Floresta Nacional do Tapajós.
Foto/divulgação: assessoria

A Unidade de Beneficiamento Madeireiro (UBM), com 2.604 metros quadrados, está sendo construída no município de Belterra, às margens da BR 163, no Oeste do Pará. Resultante de uma iniciativa da Cooperativa Mista da Flona do Tapajós (Coomflona), com apoio técnico e financeiro da Conservação Internacional (CI-Brasil). A obra de cerca de 5 milhões de reais está sendo realizada por meio do Projeto Tapajós Sustentável e Resiliente, com recursos do Fundo Amazônia e apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio). A previsão é que UBM seja inaugurada no primeiro semestre de 2023 e que a indústria esteja operando até o final do próximo ano. A implantação vai aprimorar o processo produtivo, unificando a excelência das atividades de manejo florestal de impacto reduzido e a produção de madeira processada, garantindo assim a manutenção da Floresta em Pé.

Há mais de 17 anos, a Coomflona realiza um trabalho pioneiro no âmbito do Manejo Florestal Comunitário – MFC de uso múltiplo. A extração de madeira é feita de forma manejada usando técnicas para a redução dos impactos ambientais na floresta. A equipe atuante em campo é formada por comunitários capacitados, equipe de engenharia e técnica qualificada e com larga experiência para atuar no processo de produção florestal madeireira, conforme explica Aluízio Patrocínio, engenheiro florestal da Cooperativa.

“Atualmente a cooperativa realiza o manejo comunitário e vende seu produto in natura. Com a implantação da unidade em parceria com a CI-Brasil, vamos agregar mais valor ao produto, já que ele vai ser beneficiado e a madeira sairá diretamente para o consumidor. Essa valorização também favorece as comunidades que são beneficiadas com a geração de emprego e renda, uma vez que estão envolvidas diretamente na cadeia produtiva de manejo, atuando na manutenção da floresta em pé”, enfatizou Patrocínio.

Toda madeira produzida na Flona Tapajós é certificada e a partir da estruturação da Unidade de Beneficiamento Madeireiro, o processo produtivo será modificado de parte da produção será destinado ao desdobro de madeira em peças como tábuas, pranchas e outros produtos, objetivando principalmente agregar valor no produto, garantindo uma origem segura para comercialização, conforme explicou o coordenador de projetos da CI-Brasil Frank Pantoja.

Foto/divulgação: assessoria

“Quando a madeira é comercializada já serrada o valor e o mercado aumentam. Sobe bastante o valor agregado, o que é muito bom quando se pensa nas vantagens de se estabelecer esse empreendimento. Sempre foi um sonho da Coomflona ter sua própria serraria e a CI-Brasil, através de sua coordenação, teve um papel fundamental na articulação para viabilizar esse projeto”, frisou Pantoja.

Enquanto a estrutura está sendo construída, os comunitários da Flona passarão por um processo de seleção e capacitação para ocupar as funções nos espaços produtivos da serraria. Com as capacitações, os comunitários receberão preparo técnico para operarem os maquinários com segurança. A expectativa futura é que a cooperativa detenha conhecimento da parte operacional e de comercialização através de uma gestão eficiente, diante dos desafios para a manutenção da floresta em pé, unificando a excelência das atividades de manejo florestal de impacto reduzido e a produção de madeira processada na indústria.

A implantação da serraria integra as atividades previstas no componente madeireiro do Projeto Tapajós Sustentável e Resiliente, que visa fortalecer as cadeias produtivas madeireiras de base comunitária manejada e de madeira caída, gerando também valor a essa cadeia por meio do beneficiamento de produtos. O projeto é executado no Oeste do Pará e tem como objetivo contribuir com o fortalecimento da produção sustentável florestal de base comunitária nas Florestas Nacionais do Tapajós, Trairão e Itaituba I

Sobre a Conservação Internacional (CI-Brasil)

A Conservação Internacional usa ciência, política e parcerias para proteger a natureza da qual as pessoas dependem para obter alimentos, água doce e meios de subsistência. Fundada em 1990 no Brasil, a Conservação Internacional trabalha em mais de 30 países em seis continentes para garantir um planeta saudável e próspero, que sustenta a todos. Mais informações: www.conservacao.org.br

Dannie Oliveira/assessoria