Festival do Pirarucu e II Edição do Comida Beira do Rio ocorreram esse último fim de semana em Santarém
Um dos peixes mais procurados em Santarém é a estrela principal da festa na comunidade de Pixuna do Tapará, região de várzea. Lá, ele se tornou referência de geração de renda, turismo comunitário e sustentabilidade para 78 famílias. Pixuna realizou neste final de semana o Festival do Pirarucu e o evento gastronômico Comida Beira do Rio, com o apoio da Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur) e restaurante Casa do Saulo, Sebrae e Colonônia de Pescadores Z-20.
O presidente da comunidade, Agenor Carvalho, conta que a comunidade realiza o manejo do pirarucu há 45 anos e que se tornou uma ferramenta de conservação do pirarucu no ecossistema de várzea, além de contribuir para a proteção de outras espécies, como os quelônios e diversos outros peixes.
“O trabalho é realizado pela comunidade em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, Sapopema, Prefeitura de Santarém, por meio das Secretarias Municipais de Turismo e Meio Ambiente”, informa o presidente.
Os peixes são conservados num lago atrás da comunidade, que recebe vigilância dos próprios comunitários em parceria com órgãos de fiscalização como Semma e Colônia de Pescadores Z-20, com objetivo de combater a pesca predatória e evitar a extinção do pirarucu.
Peixe nativo do bioma amazônico, o pirarucu tem enorme procura comercial e pode atingir até três metros de cumprimento e 250 kg, sendo considerado o maior peixe com escama de água doce do mundo.
A captura respeita critérios como período do ano, tamanho e peso.
“Hoje, nós estimamos que vamos pescar de 35 a 40 peixes. Os pequenos são jogados de volta ao lago. Eles são conservados até atingir as exigências para captura. Todo pescado de hoje será vendido ao restaurante Casa do Saulo e o dinheiro foi decidido pela comunidade que será usado na construção do novo Centro Comunitário”, explica Agenor Carvalho.
A captura é feita no período de verão amazônico, no período de setembro a novembro para respeitar o ciclo reprodutivo da espécie. O líder comunitário destaca como um dos principais desafios a proposta de preservação por meio da pesca sustentável. “Pois é assim que vamos garantir que não falte peixe e renda para desenvolver nossa comunidade e sustentar nossas famílias”, ressaltou.
O prefeito Nélio Aguiar e o secretário Alaércio Cardoso (Turismo) participaram, no sábado, 5, do processo de pesca para venda.
“Esse estímulo da organização social da comunidade é fundamental para fazer todo processo dá certo e crescer. E temos ainda a ajuda da natureza que nos proporciona essa linda paisagem de várzea amazônica, que estimula ainda mais o turista a voltar”, disse Alaércio Cardoso.
Para o prefeito Nélio Aguiar, Pixuna do Tapará é exemplo. “Aqui, em Pixuna, a gente consegue unir turismo comunitário, manejo do pirarucu e geração de renda local. Um projeto que une toda a comunidade e que, por isso, vem dando certo. Um exemplo a ser seguido. Nós sempre estaremos ajudando a fazer crescer esse tipo de iniciativa”, disse o prefeito Nélio Aguiar.
Eventos – A comunidade de Pixuna do Tapará recebeu nesses dias 04, 05 e 06 de novembro o Projeto Pixuna do Tapará: Gastronomia, Turismo e Cultura- além da II edição do Comida Beira do Rio. Na sexta-feira (04), ocorreu a abertura nas dependências da Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida com a participação da Secretaria Municipal de Turismo, o Sebrae; a Sapopema; a Rede de Restaurantes Casa do Saulo, e o Siprosan.
O Projeto Comida Beira do Rio tem como proposta incentivar os atrativos turísticos, por meio da gastronomia, nas comunidades de várzea.
O empresário e chef de cozinha, Saulo Jennings, destaca que a comunidade ensina dentro da sala de aula como tratar o pirarucu e a preservação do meio ambiente, o que é essencial para qualquer projeto de manejo sustentável.
“É uma enorme satisfação participar desse acontecimento que é um marco para a comunidade, onde já se ensina na escola desde os pequenos a como preservar o meio ambiente e a como tratar o pirarucu desde sua pesca. Gostaria de parabenizar cada comunitário que não mediu esforços para que esse festival acontecesse. Sinto-me honrado em proporcionar melhorias para a pesca do pirarucu e levar aprendizado aos moradores, conhecimentos são sempre bons serem repartidos. E gostaria de falar da participação dos órgãos aqui presente, quão grande é a satisfação de poder recebê-los aqui e mostrar como é o manejo do pirarucu, até ser colocado nos pratos”, concluiu Saulo.
Ascom PMS