Um ano após morte de Marília Mendonça, polícia não concluiu investigações

Segundo o delegado, inquérito aguarda análise do motor
(Foto: Montagem D24am / Reprodução)

A um dia de completar um ano do acidente aéreo que vitimou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, a Polícia Civil de Minas Gerais deu detalhes sobre o andamento das investigações. Segundo o delegado que está à frente da apuração, Ivan Lopes Sales, o órgão aguarda os laudos sobre as análises no motor do bimotor para determinar se houve falha humana.

“Aguardamos os laudos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) para ver se, por algum motivo, o motor apresentou algum problema que fizesse com que o piloto voasse tão alto. Se descartarmos qualquer falha nos motores, a gente consegue caminhar para a conclusão de uma falha humana. Só reiterando que trata-se de um acidente”, afirmou durante coletiva.

Por meio de nota, o Cenipa informou que a “investigação está em fase final e terá o menor prazo possível para a conclusão”. De acordo com o comunicado, agora, os técnicos do órgão analisam  elementos referentes ao trajeto da aeronave, ao sítio aeroportuário, ao operador, às informações aeronáuticas e à regulamentação associada às operações de táxi-aéreo.

Ainda segundo o delegado, as investigações constataram que as condições meteorológicas eram favoráveis para voo visual no dia do acidente  e que já foi descartado qualquer problema visual que tenha obstruído a visão do piloto. Sobre a sinalização do para-raio da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) atingido pelo avião antes da queda, Sales voltou a reforçar que o alerta não é obrigatório no local, pois ela estava fora da zona de proteção do aeroporto e eram baixas.

Em relação a um possível falha da condução da aeronave, o delegado afirmou que dois depoimentos fizeram com que a polícia constatasse  que o piloto já estava a cerca de um minuto para pousar e que estava abaixo da altura padrão do terminal.

Nós já sabemos que o piloto fez uma aproximação fora do padrão, onde o documento que lista qualquer obstáculo não contempla. Descartando qualquer problema na aeronave, a gente caminha para uma falha humana, que criminalmente não terá punição em decorrência da morte”, disse.

Ainda segundo a Polícia Civil, já foi descartado que o piloto tenha sofrido mal súbito ou estivesse sob efeitos de drogas no dia da queda. O delegado disse que, até os resultados do laudo do Cenipa, não há prazo para a finalização do inquérito.

Além de Marília, morreram outras quatro pessoas: o produtor Henrique Ribeiro, o assessor e tio da artista, Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana. O acidente aconteceu no dia 5 de novembro do ano passado, na serra de Caratinga, a 295 km de Belo Horizonte.

Fonte: D24am