Quais as vantagens da água mineral em lata, como a de William Bonner?

“Gente, a água aqui é latinha. Vocês acham que eu ia beber outra coisa durante uma apuração?”
William Bonner foi acusado de abrir uma cerveja durante a apuração das Eleições de 2022Imagem: Reprodução/TV Globo

Na noite do último dia 30 de novembro, durante a apuração do 2º turno das eleições, o apresentador da TV Globo William Bonner acabou virando alvo de piadas e memes na internet quando abriu uma lata de bebida ao vivo.

Era água, mas muita gente nas redes sociais achou que era cerveja. Mais tarde, Bonner teve de se
explicar: “Gente, a água aqui é latinha. Vocês acham que eu ia beber outra coisa durante uma
apuração? Pelo amor de Deus”, disse.

O brasileiro está acostumado a comprar e consumir garrafinhas de plástico quando quer beber água
na rua, mas algumas marcas já vendem água em lata no mercado brasileiro, como Minalba e
Ambev AMA. Até mesmo o surfista Pedro Scooby criou a sua própria marca de água enlatada.

E o mais importante: muitos ainda não sabem que as latinhas de alumínio são mais sustentáveis
para o planeta do que as garrafas PET e ainda geram mais emprego e renda à cadeia de reciclagem.
No Brasil, quase 99% das latinhas são recicladas.

Segundo estudo de 2022 do Instituto Internacional do Alumínio feito em cinco mercados – Brasil,
Estados Unidos, Europa, China e Japão -, as latas de alumínio têm 71% de índice de reciclagem,
enquanto as garrafas PET têm índice de 40%.

Cada nova lata feita a partir da coleta e reciclagem contém 77% de material reciclado, enquanto a
garrafa de plástico tem apenas 7%; e 98% das embalagens de alumínio recicladas transformam-se
em produtos infinitamente recicláveis, enquanto esse índice é de 20% para o plástico.

Água mineral em lata? William Bonner chamou a atenção do público abrindo uma ao vivo Imagem: Reprodução/Rede Globo.

As latinhas também remuneram bem melhor os profissionais de coleta. Segundo a associação sem
fins lucrativos Cempre, o alumínio vale oito vezes mais do que o vidro e catorze vezes mais do que
o papelão para o mercado de reciclados.

No Brasil, 98,7% das latinhas são recicladas e retornam às prateleiras em até 60 dias, segundo a
Associação Brasileira do Alumínio (Abal). Já o plástico e as garrafas PET encontram uma situação
bem menos sustentável.

As garrafinhas de plástico também são as maiores vilãs dos oceanos. Segundo a Ocean
Conservancy, um grupo sem fins lucrativos de defesa ambiental, as garrafas plásticas são o terceiro
tipo de resíduo mais comumente encontrado nas praias do mundo, atrás somente das bitucas de
cigarro e das embalagens plásticas de alimentos. E, segundo estudo de 2020 da agência científica
nacional da Austrália, CSIRO, o fundo dos oceanos abriga 14 milhões de toneladas de
microplástico.

Fonte: UOL/Ecoa