Entrega do novo equipamento pelo governo do Estado está prevista para 20 de novembro de 2023, na capital paraense
Na manhã desta quinta-feira (3), o governador, Helder Barbalho, assinou a ordem de serviço que autoriza o início das obras para a construção do Museu da Consciência Negra, em Belém. Na ocasião, o chefe do Executivo garantiu que a entrega do equipamento está agendada para 20 de novembro de 2023. O ato de assinatura ocorreu na Igreja de Santo Alexandre, no Museu de Arte Sacra, durante a abertura da programação do Preamar da Consciência Negra.
Participaram da solenidade representantes do movimento negro no Pará, como Instituto Nangetu, Centro de Estudos e Defesa no Pará, o Secretário de Estado de Cultura, Bruno Chagas e outras autoridades. Na ocasião houve a apresentação animada da Banda Kanda, da Associação de Discentes Quilombolas da Universidade Federal do Pará (UFPA).
“Para nós, povos tradicionais, que é o povo de terreiro, é de uma grande importância. É a valorização da cultura. O governo do Estado do Pará tem valorizado essa cultura. Quando ele olhar para os terreiros, para o povo negro, isso é muito importante para nós. Principalmente, nesse momento em que a gente está vivendo. Eu agradeço ao governo do Pará. Esse olhar civilizatório é quando ele vê que todos nós somos iguais”, destacou Mametu Nangetu.
“Eu acho que o evento hoje valoriza a sociedade paraense, valoriza a sociedade brasileira, é um evento importantíssimo e o Pará, o Brasil precisa ter consciência da sua negritude. A criação do Museu da Consciência Negra nos ajuda, porque não só as pessoas negras são responsáveis pela construção de uma sociedade justa. Esta responsabilidade ela é de todos e todas, temos que estar em luta sempre para fazer com que essa sociedade seja justa, democrática e nenhum grupo que exista nela tenha por princípio, perda de direitos”, destacou a professora Zélia Amador de Deus.
Profª emérita da UFPA, Zélia Amador de Deus cumprimenta o governador: “Uma sociedade justa é responsabilidade de todos”.Foto: Marco Santos / Ag.Pará“O Museu da Consciência Negra representa a consolidação do reconhecimento, de história, e de luta das conquistas que negras e negros deste Estado proporcionam ao Pará, e que possamos cada vez mais assegurar políticas de igualdade, de inclusão, de respeito, de reconhecimento e o Governo do Pará se compromete com estas ações que vão além da estrutura física de um museu, mas acima de tudo de garantir de maneira transversal políticas públicas que permitam e assegurem direitos a negras e negros paraenses”, afirmou o governador.
Ele acrescentou que “todas as ações fundamentais para que nós possamos caminhar no enfrentamento ao preconceito, para que nós possamos reafirmar a história de um país com o seu início, com a sua construção a partir da luta de negras e negros. E o Pará, que tem uma comunidade quilombola, uma comunidade negra extremamente importante. Tem que se posicionar e se reafirmar como um ambiente de respeito e de igualdade racial”, assinalou Helder Barbalho.
O secretário de Estado de Cultura, Bruno Chagas, destacou tratar-se de “um momento muito relevante, é fundamental realizarmos essa celebração, que está alinhada a um patrimônio imaterial relacionado ao mês da consciência negra. Este museu é a materialização física de toda essa celebração”.
“O Museu da Consciência Negra passará a contar com as expressões culturais que fazem parte do alicerce da formação cultural do nosso Estado. É muito importante a valorização do reconhecimento da do da contribuição cultural e da participação que nós temos desde do seio e da expressão artística e cultural do Estado do Pará.”, afirmou o titular da Secult.
Museu da Consciência Negra
De acordo com a Secult, o projeto contempla um auditório para 50 lugares, um salão de exposições no térreo, um bloco de banheiros em cada andar, uma área para biblioteca e acervo. Atrás ficará uma área para eventos externos, com jardim, arquibancada e área ao ar livre.
“O prédio é o da antiga sede da Academia Paraense de Letras, que fica na rua Treze de Maio, ela vai recepcionar e parte dela nós vamos ter condições de fazer um restauro e a outra parte serão intervenções novas. Nós teremos que realizar não somente o restauro, mas também nós vamos construir novos espaços para abrigar o acervo e as atividades a cultura negra. É importante destacar que o Governo do Estado vem trabalhando e atuando constantemente para fazer uma integração crescente e em várias frentes, não somente na cultura patrimonial, mas na cultura imaterial”, completou Bruno Chagas.