Equipamento é obrigatório durante as sessões de tratamento para tratar tumores de cabeça e pescoço
Pelos corredores do setor de radioterapia do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, no oeste do Pará, é possível encontrar o Homem de Ferro protegendo colaboradores e pacientes e lutando contra inimigos como o câncer.
O pequeno Jacinto Sousa Junior, de 7 anos, é um dos pacientes que ganharam a chance de incorporar seus heróis favoritos durante as sessões de radioterapia na unidade. Desde novembro de 2021, Junior realiza tratamento contra linfoma de Burkitt – um tipo de câncer do sistema linfático que afeta as células de defesa do corpo.
“A preocupação era ele ficar calmo durante as sessões, porque é muito agitado. Ele se animou quando viu a máscara de um coleguinha. Os colaboradores fizeram do jeito que ele queria, então, toda vinda ao hospital é sempre muito divertida”, conta Maria Raimunda Alves, mãe do paciente.
O projeto, inédito na região, foi implantado em maio deste ano no HRBA, unidade que pertencente ao Governo do Pará e é gerenciada pela Pró-Saúde, e tem auxiliado a equipe de profissionais, durante as sessões de radioterapia.
“Observamos que a máscara poderia ser usada para facilitar a adesão das crianças ao tratamento. A iniciativa proporcionou não só alegria, mas identificamos que não seria mais necessário utilizar a sedação diária para acalmar alguns pacientes”, afirma a enfermeira da radioterapia, Janielle Pinto.
Máscaras termoplásticas
As máscaras termoplásticas são um equipamento obrigatório durante as sessões de radioterapia para tratar tumores de cabeça e pescoço. Cada paciente possui a sua e são moldadas de acordo com a face de cada um.
Coube ao técnico de radiologia, Diomar Campos, personalizar as máscaras para as crianças e adolescentes em tratamento.
O profissional nunca teve contato com pintura ou desenho e nem era fã de histórias em quadrinhos, mas buscou conhecer os personagens, para deixar os pacientes felizes. Para fazer a ilustração, o técnico usa lápis, tinta, esparadrapo, tesoura e outros materiais simples. Porém, os itens mais importantes para ele: amor e cuidado na finalização. Até o momento, ele já confeccionou máscaras do Homem de Ferro, do Hulk e do Homem-Aranha.
O técnico leva, em média, de três a quatro horas para personalizar o equipamento, mas diz que todo o trabalho vale a pena ao ver os pequenos com mais coragem, força e vontade de vencer o câncer como verdadeiros super-heróis.
“Na hora que vamos posicionar o paciente, dizemos que o Homem de Ferro já está disparando os raios, que o Homem-Aranha vai soltar as teias ou que o Hulk vai mostrar sua força. Eles se sentem mesmo como os super-heróis. É uma satisfação poder ajudar a amenizar a dor desses pacientes que nos procuram”, concluiu o técnico de radiologia.
A diretora assistencial do HRBA, Camila Barral, reforça a importância da humanização no atendimento dos pacientes.
“As máscaras fazem com que as crianças e adolescentes se sintam mais confortáveis para as sessões. Mesmo sendo um tratamento difícil, elas ficam mais felizes e isso também contagia a família. Essa humanização ajuda muito no tratamento desses pacientes”.
Para quem acompanha o dia a dia de tratamento desses pequenos, o projeto tem feito muita diferença na luta contra o câncer.
“O sentimento é só de gratidão a Deus por enviarem esses anjos. Eles fazem este tratamento difícil ficar mais leve para ele. O Junior entra e sai correndo daqui, não sentiu nada nas sessões. É só gratidão mesmo”, concluiu a mãe, Maria Raimunda.
Referência em atendimentos de média e alta complexidades para 1,4 milhão de pessoas residentes em 30 municípios da região do Baixo Amazonas, Oeste do Pará e Xingu, o HRBA presta atendimento 100% gratuito, via Sistema Único de Saúde (SUS). A unidade está entre os melhores do país e possui reconhecimento internacional pela qualidade assistencial e segurança destinada aos pacientes.
Comunicação HRBA