Estado do Pará integra programa contra Doença de Chagas

O Cuida Chagas pretende reduzir a possibilidade de transmissão da doença para novas mães e seus bebês, por meio da detecção precoce e acesso ao tratamento.
Combate à doença transmitida pelo Barbeiro faz parte de projeto global implantado na América Latina | Cyro José Soares / fiocruz

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) recebeu, na semana passada, a visita da equipe técnica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) responsável, no Brasil, pelo Projeto Cuida Chagas – Comunidades Unidas para Inovação, Desenvolvimento e Atenção para a doença de Chagas, cujo objetivo é eliminar a transmissão congênita da doença em países da América Latina.

O projeto foi lançado em 14 de abril de 2021, no Dia Mundial da Doença de Chagas, quando a Fiocruz firmou convênio com a Unitad. Coordenado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), a iniciativa é alinhada à meta global da Organização Mundial de Saúde (OMS) de eliminação de Chagas como um problema de saúde pública até 2030.

O Cuida Chagas pretende reduzir a possibilidade de transmissão da doença para novas mães e seus bebês, por meio da detecção precoce e acesso ao tratamento, diminuindo significativamente o número de cardiopatias, hospitalizações e mortes. O destaque do projeto é o uso de um teste rápido que detecta doença de Chagas em fase crônica.

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Com duração de quatro anos, o projeto está sendo implementado em 34 municípios, dez dos quais na Bolívia, seis no Brasil, 13 na Colômbia e cinco no Paraguai, selecionados pelos países de acordo com as prioridades de saúde pública, garantindo contextos geográficos e epidemiológicos da doença de Chagas.

A atenção primária será o foco central do projeto com ações integradas às iniciativas pré-existentes envolvendo saúde reprodutiva, materna, neonatal e infantil. Segundo a diretora do Departamento de Controle de Endemias, Adriana Tapajós, no Pará, o projeto será desenvolvido no município de Igarapé-Miri, escolhido por ter alta detecção de Chagas, ter territórios distintos (zona rural, ribeirinha, estradas e sede) e rede de assistência com potencial para integração e adesão à dinâmica do projeto. “Vamos fazer a testagem rápida em mulheres em idade fértil de dez a 49 anos, gestantes ou não, e dos seus contatos domiciliares, para a detecção de doença de Chagas crônica. Se der positivo, a usuária será encaminhada para tratamento médico”, explicou.

Além de reunião na Sespa, a equipe de técnicos esteve em Igarapé-Miri para conhecer como funciona a rede de assistência no município. A visita técnica foi encerrada na última sexta-feira (22), na Sespa, com uma reunião entre a Coordenação Estadual de Doença de Chagas e a área técnica estadual da Atenção Primária, que é o principal foco do projeto.

O coordenador estadual de Doença de Chagas, Eder Monteiro, informou que, além do Cuida Chagas, o Pará está participando do Projeto Integra Chagas, que será realizado no município de Abaetetuba. Para tratar desse assunto, a Sespa recebeu na semana passada a visita do representante da OMS, que veio ao Brasil, e, especificamente ao Pará, para conhecer Abaetetuba. O objetivo do projeto é promover a integração da área de Vigilância Epidemiológica com a Atenção Básica e a Assistência no contexto da doença.

DOL