A Universidade do Estado do Pará é a primeira do Norte do País a ofertar vestibular para o segmento, e as inscrições seguem até esta terça-feira (26)
Na data de 24 de abril, o Brasil celebrou 20 anos da Lei nº 10.436/2002, que regulamenta a Língua Brasileira de Sinais. A Universidade do Estado do Pará (Uepa) oferta, há vários anos, uma licenciatura específica em Libras, que tem inscrições abertas para vestibular próprio até a próxima terça-feira, 26. A instituição é a primeira do Norte do País a ofertar seleção exclusivamente voltada ao público surdo-mudo.
O professor Odivan Santos, coordenador do curso, afirma que a legislação dá protagonismo às comunidades surdas compostas por professores/as surdos e ouvintes, familiares surdos e ouvintes, intérpretes de Libras e comunidades religiosas que atuam com Libras.
“As proposta do curso de Licenciatura em Letras Libras da Uepa é formar para o mercado de trabalho o profissional que irá ser professor ou professora de um sistema linguístico visual, a Libras. A oferta do curso não é trazer uma formação com habilitação em Educação Especial ou Educação Inclusiva com foco na Língua de Sinais, por mais que as discussões sobre a Educação de Surdos e a Libras transitem de maneira saudável e de extrema importância pelas duas áreas citadas anteriormente, porém um dos objetivos principais do curso é fomentar a formação de um professor de uma língua verbo visual junto as discussões da Educação Bilíngue da pessoa surda, conforme o decreto 5.626/2015 e a Lei 14.191/2021 que visa a diversidade humana, linguística, cultural e identitária da pessoa surda”, detalha o educador.
A Uepa conta com 65 discentes (surdos e ouvintes) e o curso é ofertado em Belém e em Marabá. O Forma Pará em parceria com a Uepa, irá ofertar também 50 vagas para o curso de Letras – Libras no município de Marituba.
Ana Clara Nascimento é aluna do curso desde o primeiro semestre letivo de 2022. Conta já ter estudado com colegas surdos, e assim pôde entender a importância da intérprete de Língua de Sinais nas aulas.
“Meu interesse no curso tem a ver com a carência de profissionais nessa área, mas eu gosto de Libras desde a infância. Eu acho que a partir da regulamentação da lei pôde-se oferecer à comunidade surda uma facilidade maior para a inclusão social dessas pessoas, e, com a oferta da licenciatura na Uepa, houve mais possibilidades e oportunidades para ouvintes e não ouvintes no meio social e no mercado de trabalho que envolvam essa área. Quero muito que esse curso venha a ser algo prazeroso na minha vida”, relata a estudante.
Fonte: Agência Pará