Reajuste anunciado pela Petrobras fez com que o combustível chegasse a R$ 6,80 em alguns locais da capital.
Ontem (12), entrou em vigor um novo reajuste nos preços da gasolina e do diesel nos postos de Belém. O combustível das bombas pode ser encontrado no valor entre R$6,49 e R$6,79, dependendo da forma de pagamento. Para ajudar o consumidor a abastecer pagamento menos, o DIÁRIO percorreu 16 locais e registrou os preços aplicados a gasolina comum em Belém e Região Metropolitana.
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Na manhã de ontem (12), no Posto Dallas, localizado na avenida Pedro Miranda, o valor tinha sido reajustado de R$6,58 para R$6,68, para pagamentos em dinheiro e débito, e de R$6,90 para R$7,09 para pagamentos no cartão de crédito. O gerente Alexandre Pereira, 42 anos, relata que o aumento segue justamente a dinâmica de elevação no preço do produto que chega ao posto vindo das refinarias. “Inclusive, a gente até fez o pedido anteontem para vir ontem, que era para, teoricamente, chegar às 16h e não vir com reajuste, mas chegou às 21h, já com alteração na nota fiscal. Uma coisa muito comum é aumentarem durante a semana meio centavo, R$0,01 centavo e a gente vai segurando. Só que durante a semana a gente tem um reajuste de R$0,04 centavos até R$0,05 e chega um momento que tem que repassar, não tem jeito”, explica.
A servidora pública Ana Cristina Lameira, 42, abastecia o carro pela primeira vez depois do aumento do preço do combustível. Ela conta que utiliza o carro apenas em situações essenciais, mas, mesmo assim, o aumento deve impactar na renda mensal. “Antes desse aumento, eu chegava a comprar no débito de R$6,40 até R$6,69. Se fosse no crédito já paguei de R$7 até R$7,20, e eles me diziam para colocar a aditivada, que era o mesmo preço. Eu gosto de andar com o tanque cheio, mas depois desses aumentos isso é raro. Agora eu costumo colocar de R$50 a R$100 reais para durar três dias, depende para onde eu vou precisar me deslocar, mas dura muito pouco. Antes do início do ano passado, eu quase enchia o meu tanque com R$150 reais”, conta.
ORÇAMENTO
O principal meio de transporte de Tiago Varela, 26, é o carro, que também utiliza para fazer corridas por aplicativo nas horas vagas. Todo dia, o balconista costuma abastecer por volta de R$100, equivalente a 14 litros de gasolina, que dura um dia. Ao fazer as contas mensais, ele chega a desembolsar quase R$3.000 reais para arcar somente com os custos do combustível. “Quando eu puxo o estoque do aplicativo dá R$3.800 a R$4.000. Aí tem que tirar gasolina, manter o carro e ainda tem o meu salário. A gente gasta muito”, conta Tiago.
Para trabalhar como mototaxista, Ruan Silva, 29, costuma abastecer a moto por dia e também sente o peso no bolso por conta do orçamento mensal. “Eu rodo todo dia de domingo a domingo. Então, por mês eu gasto quase um salário. Quase tudo do meu ganho vai na gasolina porque tá dando muito caro. Aí fica pesado pra gente ficar rodando”, relata.
De acordo com o advogado do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Pará (Sindicombustíveis-PA), Pietro Gasparetto, o recente aumento dos combustíveis está relacionado a política de preços da Petrobras, que acompanha o valor da comercialização internacional do petróleo, comercializado em dólar, o que eleva o preço dos combustíveis puros praticados nas refinarias. “A formação do preço [nos postos] é livre por cada empresa, mediante análise de fatores econômicos, como seus custos e necessidades, localização, concorrência e, principalmente, preço comprado na Distribuidora”, afirma.
Informações do DOL