Dia Internacional contra a Corrupção: tema preocupa os brasileiros mais do que saúde e meio ambiente, aponta pesquisa

Combate à corrupção é um dos instrumentos para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, aponta advogada Anna Bastos
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O dia 9 de dezembro foi instituído mundialmente como o Dia Internacional contra a Corrupção. A data, proposta pela delegação brasileira, foi marcada pela Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, assinada por diversos países neste mesmo dia, em 2003.

Os dados demonstram que a sociedade brasileira é hoje uma das mais conscientes e engajadas para a causa anticorrupção no mundo. Prova disso é o resultado de um estudo coordenado pelo Centro de Pesquisa em Comunicação, Política e Saúde Pública da Universidade de Brasília que mostrou que os brasileiros se preocupam mais com a corrupção do que com a saúde e o meio ambiente.

Cada entrevistado podia apontar dois problemas que considerava principais. Corrupção, com 54% das menções, lidera, seguido de saúde (46%) —meio ambiente ficou em sétimo, com 3%.

A advogada especialista em Compliance e Integridade Corporativa.
Mestranda em Direito e Políticas Públicas, Anna Bastos, pontua que nos últimos anos, após a deflagração de operações visando o combate à corrupção, tem ficado cada vez mais claro para a sociedade o impacto que a corrupção gera para a sociedade.

“Números divulgados pela CGU em novembro de 2021 informam que já foram negociados, por meio de 17 acordos de leniência, o retorno aos cofres públicos de mais de 15 bilhões de reais. Os valores são referentes a pagamentos de multa, dano e enriquecimento ilícito.
Parte destes valores eram recursos públicos que poderiam estar sendo destinados para a melhoria da qualidade de vida da população e foram desviados por atos de corrupção.
Há um impacto claro e direto na sociedade, por isso, torna-se cada vez mais urgente o combate às práticas corruptivas”, explica a advogada do escritório Anna Bastos Advocacia.

Combate à corrupção é um dos instrumentos para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária

Um estudo do Laboratório Francês Thomas Piketty apontou que no Brasil os 10% da população mais rica detém 59% da renda nacional total, enquanto os 50% da base ficam com cerca de 10%. O relatório intitulado “Desigualdade Mundial” ressalta o que Brasil é um dos países mais desiguais do mundo.

“Esta realidade precisa ser alterada e o combate à corrupção é um dos instrumentos para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. No atual cenário, em que ainda sentimos o impacto da pandemia e a retração econômica, o debate sobre corrupção tem ganhado destaque, uma vez que retira recursos da sociedade para privilegiar interesses privados, aumentando ainda mais a desigualdade social existente no país”, explica Anna Bastos.

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