Reportagem do UOL mostra cinco dos destinos turísticos do novo estado. Confira!
O último estado brasileiro foi o Tocantins, no (não tão) distante ano de 1988. Mas se depender do senador Plínio Valério (PSDBAM), o país pode ganhar mais uma unidade federativa.
Se a ideia realmente sair do papel, o Tapajós será um estado equivalente a mais de 43% do atual território do Pará, abrangerá 23 municípios e contará com uma população total de 2 milhões de habitantes.
De acordo com a Secretaria de Estado de Turismo do Pará, o Polo Tapajós, atualmente, é formado por 19 municípios que compõem as regiões de Integração do Baixo Amazonas e do Tapajós, cujos destaques turísticos são destinos como Belterra, Óbidos e Santarém.
Conheça a região do Tapajós, área turística com praias de águas doces que já entraram para a lista das mais belas do mundo e uma floresta amazônica bem no quintal de casa.
Santarém
Cotada para ser a capital do novo estado brasileiro, essa cidade a 1h20 de avião de Belém é conhecida pelos casarões de arquitetura portuguesa (infelizmente pouco preservados, e muito deles só com visitas externas).
A poucos minutos do centro, é possível assistir ao encontro das águas dos rios Tapajós e Amazonas que não se misturam, devido às diferenças de densidade, velocidade e temperatura de suas águas.
Com melhor infraestrutura do que seu atrativo mais famoso, o distrito de Alter do Chão, a cidade serve como ponto de apoio para passeios nos arredores, como trilhas, praias de água doce e passeios em igarapés.
Alter do Chão
O jornal britânico The Guardian não estava exagerando, em 2009, quando elegeu esse pedação de Amazônia como o endereço de uma das mais belas praias do mundo.
A 36 quilômetros de Santarém, é conhecido pelas praias de águas doces que se formam na vazão do rio Tapajós, entre agosto e dezembro, cujo atrativo mais famoso é um banco de areia chamado Ilha do Amor.
Alter é também ponto de partida para experiências turísticas em comunidades ribeirinhas, como o belo jardim de vitórias-régias, no Canal do Jari; e Coroca, comunidade às margens do rio Arapiuns, a 1h30 de barco, com praias de águas tranquilas, artesanato com pigmentos naturais e criação de quelônios.
Belterra
Essa cidade a 65 quilômetros de Santarém ficou conhecida pela tentativa do empresário Henry Ford de erguer uma cidade operária com regras estadunidenses, em plena Amazônia, para extração de borracha, a partir de 1927. Ainda hoje, resquícios deste período podem ser vistos em casas e construções em um passeio.
Belterra também é conhecida pelas praias de água doce, como a do Pindobal, uma das mais conhecidas. Porém, um dos destaques atuais é a impactante Floresta Nacional do Tapajós, uma área de quase 530 mil hectares que abriga uma samaúma gigante de 900 anos de idade, aproximadamente, que pode ser explorada em uma trilha em plena Floresta Amazônica.
Óbidos
Considerado a mais portuguesa das cidades do Pará, às margens de um trecho mais estreito de rio, chamado de “Garganta do Amazonas”, esse município é conhecido pelas fortificações erguidas entre os séculos 19 e 20.
Um dos atrativos mais famosos são as ruínas da Fortaleza Gurjão, construção do início do século passado que guarda canhões usados em eventos históricos como Coluna Prestes e a Revolução Constitucionalista na Amazônia, na Serra da Escama.
Já o Forte de Santo Antônio dos Pauxis, tombado pelo IPHA, na margem esquerda do Rio Amazonas, foi erguido em 1697, estrategicamente, para garantir a soberania portuguesa na região. Atualmente, está aberto para exposições e visita pública.
Oriximiná
Segunda maior cidade do Pará, a 149 quilômetros de Santarém, a “Princesa do Rio Trombetas” é conhecida pela Cachoeira do Jatuarana, uma queda d’água de mais de cerca de 15 metros.
Nessas antigas terras quilombolas é possível visitar outras quedas d’água, como as cachoeiras no interior da Comunidade Quilombola da Pancada, a 3 horas de lancha da cidade.
Entenda o processo de criação do novo estado
Após dez anos da realização de um plebiscito sobre a divisão do estado do Pará, rejeitada na época por 66,08% da população, o assunto voltou a ser discutido com o projeto de lei da criação do estado de Tapajós entrando na pauta da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, no dia 17 de novembro.
O relator do projeto, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), votou favorável a um novo plebiscito e defendeu a criação do novo estado. Porém, um pedido de vista coletivo adiou a votação do projeto de lei protocolado em 2019. Não há previsão de quando ele voltará a ser analisado.
Caso seja aprovado, vai para o plenário decidir se será discutido na Câmara. Passando por estas etapas, haverá um plebiscito consultando a população junto ao próximo pleito eleitoral. Caso o projeto não passe pela CCJ, ele será arquivado ainda no Senado.
Fonte: UOL/Nossa Viagem