13º salário deve injetar R$ 4,5 bi na economia paraense

Recursos deverão beneficiar 1,9 milhão de pessoas e comércio vive expectativa para aumento nas vendas do final de ano. Porém boa parte do dinheiro deve ser usado para pagar dívidas. Saiba como se planejar
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Um estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que o pagamento do 13º salário deste ano a todos os trabalhadores do mercado formal (setores público e privado), deverá injetar na economia brasileira cerca de R$ 233 bilhões de reais. No Estado do Pará, o Dieese estima que cerca de 1,9 milhão de pessoas serão beneficiadas e que cerca de R$ 4,5 bilhões de reais serão injetados na economia paraense, o que equivale a cerca de 2,2% do PIB estadual.

O estudo vale para os empregados domésticos, beneficiários da Previdência Social, aposentados e beneficiários de pensão da União, dos Estados e dos Municípios – considerando o pagamento das duas parcelas. No País, este montante representa, aproximadamente, 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e beneficiará, aproximadamente, 83 milhões de brasileiros.

Segundo o Dieese, no Estado do Pará, o valor médio a ser pago ao conjunto de trabalhadores foi estimado em R$ 2.163,27. Em termos dos proventos da Previdência Social, o valor médio a ser pago no Pará foi estimado em R$ 1.136,37, dentro desta média encontra-se o pessoal do Regime Geral – Beneficiários do INSS. Já os empregados do mercado formal receberão em média R$ 2.766,41.

DÍVIDAS

O departamento destaca, ainda, que é bem provável que, pelo menos, uma parte dos valores recebidos seja usado para o pagamento de dívidas. Maria Conceição, de 36 anos, é vendedora e afirma que a empresa em que trabalha já efetuou o pagamento da primeira parcela e que o dinheiro foi usado para pagar as faturas pendentes dos cartões. “No final de ano sempre tem muitas ofertas com descontos, então eu aproveitei para pagar o que precisava para liberar o crédito dos cartões e aproveitar as promoções”, revela.

O bombeiro militar, Adnildo Mendes, 35, e a cabeleireira, Deise Menezes, 26, moram no município de Tucuruí e ainda não receberam o 13º salário, mas já estão pesquisando o valor dos produtos que pretendem adquirir no final do ano. “Eu darei prioridade para pagar minhas dívidas, com o que sobrar eu compro uma camiseta, uma calça… o que der”, disse Adnildo.

Carol Silva já aproveita o período para garantir os presentes de Natal deste ano
 Carol Silva já aproveita o período para garantir os presentes de Natal deste ano | Mauro Ângelo

Carol Silva, de 31 anos, percorria as ruas do centro comercial de Belém, atrás de roupas, calçados e artigos de presentes que estivessem mais em conta. Ela também é vendedora e desabafou que encontrar produtos com descontos reais têm sido uma tarefa bem difícil. “Para achar algo que valha a pena tem que andar muito e dificilmente vou conseguir fazer isso em apenas um dia. Como só tenho disponibilidade de fazer as compras no período da tarde, vou acabar tendo que voltar outro dia”, comentou.

Por lei, as empresas têm até o dia 30 de novembro para efetuarem o pagamento da primeira parcela do 13º salário aos seus empregados. Esse valor corresponde à metade do salário de outubro para quem foi contratado até 15 de janeiro de 2021. Quem foi contratado após esta data terá o pagamento proporcional aos meses trabalhados, quem trabalhou por um período de 15 dias ou mais já tem direito a receber o equivalente ao mês integral.

EM NÚMEROS

R$ 2 mil – É o valor médio a ser pago aos trabalhadores do Pará em relação ao 13º salário, segundo o Dieese

Comerciantes já antecipam promoções para atrair clientes

O comércio local está bastante confiante nas vendas nessa reta final de 2021. Tanto que em muitos estabelecimentos está havendo a antecipação de promoções da “Bkack Friday” que ocorre apenas no final de novembro. A meta é facilitar ao máximo para o cliente, seja com descontos ou parcelamentos, e garantir a venda.

Adriana considera que, este ano, as lojas vivem um novo momento, após período difícil na pandemia
 Adriana considera que, este ano, as lojas vivem um novo momento, após período difícil na pandemia | Wagner Almeida

Roberta Bezerra, gerente de uma de loja que comercializa acessórios para smartphones num shopping localizado na avenida Centenário, disse que a loja está com ofertas. “Dependendo do valor e da conversa com o nosso consultor, o cliente sempre ganha um desconto extra”, revela.

A gerente diz ainda que a loja negocia direto com os fornecedores para manter os preços e garantir um preço mais em conta. “E ainda temos crediário próprio em até 24 vezes fixas e em até 21 vezes fixas nos cartões de crédito. A ideia é que os clientes possam antecipar as compras e garantir preços de Black Friday”, diz.

Jobielma Soares, gerente de uma loja de roupas no mesmo shopping, garante que está bastante otimista com as vendas. Segundo ela, os dois últimos anos foram muito desafiadores para o comércio em geral e que o setor está se preparando como nunca para este final de ano para tentar recuperar ao menos uma parte das perdas, já que o Natal é a melhor data em compras para o setor em todo o ano.

“Nossa expectativa é de que as vendas sejam bem melhores que em 2020. Estamos preparando uma ação especial de final de ano nas lojas justamente para atender este consumidor que estará saindo agora para valer para as compras”, destaca Jobielma.

Adriana Oliveira, gerente de uma loja de perfumes e cosméticos, destaca que o país está entrando num novo ano. “Saímos da descrença e passamos para o otimismo. Dos olhares negativos ao brilho nos olhos. De um ano mais cinza para um com mais cores”, comemora.

Ela diz que a expectativa da loja, que faz parte de uma franquia nacional, são otimistas. “Começamos uma Beauty Week com preços de Black Friday, trazendo expectativas de uma maré muito boa em vendas. Como a data é pertinho de Natal, as pessoas tendem a aproveitar as promoções. O fato de estarmos com a maior parte da população vacinada traz mais segurança para as pessoas irem fazer suas compras presencialmente. Nossas expectativas para esse final de ano é de 25 a 30% de crescimento”, aposta.

Fonte: DOL