Banco da Amazônia contrata para adolescentes aprendizes

Há mais de duas décadas, o Programa Menor Aprendiz no Basa concede oportunidades para adolescentes iniciarem uma carreira e se capacitarem para o mercado de trabalho
Emanuelly é jovem aprendiz no Basa. | Wagner Almeida/ Diário do Pará

Aos 16 anos, Emanuelly Taíssa Baía já decidiu que pretende seguir carreira como médica veterinária. A convicção de sua escolha se deu pela experiência que tem adquirido atuando como Menor Aprendiz no edifício-sede do Banco da Amazônia (Basa), em Belém. Questionada sobre a área que escolheu não ter relação aparente com as atividades que exerce no banco, ela responde que o aprendizado tem lhe dado maturidade para fazer boas escolhas. “Além das tarefas que me cabem aqui, tenho uma troca de experiências e conhecimento que não aprenderia em nenhum outro lugar. O trabalho é um desafio, é claro, mas estimula a gente a ter responsabilidade e a enxergar novos horizontes”, descreve Emanuelly.

“Os colegas aqui no banco são muito humanos e comprometidos com suas responsabilidades e eles passam isso para a gente”, acrescentou a jovem aprendiz, entre os arquivos e planilhas que digitaliza e cataloga diariamente.

Emanuelly é moradora do bairro do Guamá, na capital. A importância de iniciativas como o programa Menor Aprendiz é fundamental para mudar a perspectiva de vida de milhares de jovens que vivem em situação de vulnerabilidade. “Não tenho dúvidas de que essa experiência no Banco da Amazônia tem transformado a minha vida. Até compartilho isso com os meus amigos e com a minha família. Quero que a minha irmã também comece a vida como Menor Aprendiz”, destaca.

O Banco da Amazônia tem, atualmente, 149 aprendizes em seu quadro de colaboradores, sendo 36 somente no edifício-sede – incluindo a Emanuelly Baía. Esse quantitativo representa 5% do total de colaboradores.

Em mais de duas décadas de programa, centenas de jovens já passaram pela instituição e iniciaram uma carreira promissora no mercado de trabalho. “A gente concede a oportunidade para os adolescentes com idades entre 14 e 16 anos, que estejam matriculados em escolas públicas e frequentando as aulas”, ressalta Ananda Moraes, coordenadora responsável pelo Programa Menor Aprendiz do Basa.

Ananda Moraes, coordenadora responsável pelo Programa Menor Aprendiz do Basa.
 Ananda Moraes, coordenadora responsável pelo Programa Menor Aprendiz do Basa. | Wagner Almeida/ Diário do Pará

O programa de aprendizagem contempla adolescentes e jovens com idades entre 14 a 24 anos. A limitação de faixa etária estabelecida pelo Banco da Amazônia tem por base focar justamente em meninos e meninas pertencentes a famílias de baixa renda, evitando que eles fiquem ociosos nas ruas, sendo uma oportunidade de conceder capacitação profissional. “Damos prioridade também para os jovens que moram em áreas de vulnerabilidade social, geralmente filhos de mãe solo ou de pai solo. Isso é, para a gente, um compromisso, uma responsabilidade social”, define Ananda.

O Menor Aprendiz foi criado no ano de 2000, pela Lei nº 10.097, a chamada Lei da Aprendizagem. Essa regulamentação determina que as empresas de médio e grande portes contratem adolescentes e jovens para atuarem como aprendizes, conquistando, neste sentido, o primeiro emprego. O percentual de colaboradores aprendizes pode chegar a 15% do quadro total.

Os contratos podem durar até dois anos e durante o período em que permanecerem na organização devem passar por formação prática e teórica. Essa capacitação deve ser oferecida tanto pela empresa contratante quanto pela instituição formadora que intermedeiaa contratação.

No Banco da Amazônia, a contratação dos jovens aprendizes ocorre por meio de agentes de integração, entidades sem fins lucrativos credenciadas por meio de editais. Atualmente, são quatro as organizações que fazem essa intermediação entre o Basa e os adolescentes. “Não é a gente que escolhe o aprendiz, é a entidade integradora. O que a gente faz é apenas recomendar o perfil de adolescente para o qual queremos ter um olhar mais cuidadoso, até para ajudar no desenvolvimento social da nossa região”, disse Ananda.

“Os jovens aprendizes têm uma jornada de quatro horas diárias. Acompanham as nossas atividades administrativas, de escritório. No início, eles passam por um treinamento para conhecer a cultura da instituição e alguns sistemas com os quais vão lidar. Recebem as instruções com as responsabilidades que terão de assumir e se comprometer”, explica Ananda sobre como é o trabalho.

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