Setembro verde: HMS implanta a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante

Uma programação em alusão ao “Setembro Verde” está acontecendo na Unidade. Entre as ações, está a iluminação da fachada na cor verde.

O Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo iniciou hoje, 21 de setembro, uma programação referente ao “Setembro Verde”, mês que reforça a conscientização da doação de órgãos. Na oportunidade, houve a implantação da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante – CIHDOTT, que vai atuar dentro da Unidade por meio de uma equipe multiprofissional.

No período da manhã foi realizada também uma panfletagem com os pacientes, acompanhantes e colaboradores em parceria com representantes da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), com o objetivo de fortalecer a mensagem da Campanha.

Segundo a enfermeira Adalgisa Lima, que é a presidente da comissão, a equipe será composta por enfermeiros, médicos, psicólogos e assistentes sociais. “Esses profissionais são responsáveis por organizar e acompanhar todo o processo que começa com a identificação do potencial doador por meio da busca ativa diária. Consideramos um marco esse dia da implantação do CIHDOTT, não só para nós que trabalhamos no HMS, mas para Santarém, pois fortalece o processo de doação de órgão na cidade juntamente com a OPO”, explica.

A comissão também realiza acolhimento familiar e acompanha todo o processo de determinação de morte encefálica, realiza entrevista familiar para doação de órgãos e tecidos, seja em morte encefálica ou em parada cardiorrespiratória, além de participar e organizar o Processo de Captação de Órgãos e Tecidos para transplante.

A panfletagem alcançou cerca de 50 pessoas no período das 9h às 12h da manhã de hoje, ao percorrer todos os setores do HMS. “Estamos em uma Unidade que realiza atendimento porta aberta, sendo portanto, um espaço com grande potencial de doadores, mas para que consigamos ajudar quem precisa de transplante é de fundamental importância esclarecer que a família precisa ser informada sobre o desejo da pessoa de ser um doador”, enfatizou Nádia Castro, enfermeira que participou da panfletagem.

Na programação da Campanha haverá várias ações até esta sexta-feira, 24 de setembro, entre elas, palestra sobre as diretrizes do CIHDOTT e uma live com foco nos esclarecimentos sobre ser um doador. A live será transmitida por uma rede social do HMS – @hmseupasantarem.

Pacientes que aguardam transplante no Pará

Entre janeiro e junho de 2020, o Pará tinha 1.228 pessoas aguardando por um transplante, sendo 920 por um transplante de córnea e 308 por um rim, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT). Esse ano, no mês de junho, o registro geral do Estado subiu para 1.441 na fila de espera. Desses, 375 para rim e 1.116 para córnea.

De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTA), o número de recusa das famílias para potenciais doadores é alta no Pará, passando de 60%. A falta de conhecimento sobre o processo de doação e por desconhecer a vontade de doar do parente falecido, ou ainda por questões religiosas, são os principais motivos dessa taxa.

Como ser um doador

De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, para ser um doador de órgãos e tecidos para transplante, pela legislação vigente, nenhuma declaração em vida é válida ou necessária. Não há possibilidade de deixar em testamento, não existe um cadastro de doadores de órgãos e nem são mais válidas as declarações nos documentos de identidade e carteiras de habilitação e nem as carteirinhas de doador.

Porém eles reforçam que discutir o assunto, em vida, com os familiares, também amplia a chance do restante da família se revelar doador ou não doador de órgãos.

Ascom HMS