A Prefeitura de Santarém emitiu um alerta sobre o procedimento no município.
A doença de Haff, popularmente de “doença da urina preta”, é causada por uma toxina que pode ser encontrada em determinados peixes e crustáceos. A substância gera danos no sistema muscular e em órgãos como rins.
Ela se constitui em um tipo de rabdomiólise, nome dado para designar uma síndrome que gera a destruição de fibras musculares esqueléticas e libera elementos de dentro das fibras (como eletrólitos, mioglobinas e proteínas) no sangue.
Alguns Estados no Brasil já tiveram registro da doença. No Pará, casos da doença estão sendo investigados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em Santarém, em Belém e o no município de Trairão, na região sudoeste do estado. Em Santarém, um homem de 55 anos teria morrido da doença.
Neste sábado (11), uma nota emitida pela Prefeitura de Santarém informou que no município foram notificados quatro pacientes como casos suspeitos da doença de Haff. Desses, um veio a óbito, um recebeu alta e dois estão internados. Todos fizeram o exame para identificar a patologia e até o momento aguardam o resultado.
A Nota técnica pode ser acessada, na íntegra, no link:
A equipe da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h de Santarém inseriu um novo fluxo de atendimento para pacientes com sintomas da doença de Haff. Esse novo fluxo está baseado na nota técnica divulgada pelo Governo do Estado, por meio da Sespa, e pela Nota Técnica divulgada pelo município por meio da Vigilância Sanitária e estão sendo aplicadas desde o dia 6 de setembro.
A Unidade recebeu o primeiro caso suspeito no último dia 5. A prefeitura do município firmou que está acompanhando os relatos desses pacientes, principalmente no que diz respeito a procedência do pescado.
A Prefeitura de Santarém informou, ainda, que o paciente com sintomas da doença conhecida como “doença da urina preta” recebe o primeiro atendimento na UPA e caso o médico avalie que é necessário internar, a pessoa é transferida para o Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo, que dá continuidade ao tratamento com retaguarda dos médicos especialistas. Caso seja necessário essa pessoa terá à assistência imediata dentro do setor de estabilização e da UTI.
Segundo a diretora geral das duas Unidades, Christiani Schwartz, todos os pacientes internados com os sintomas da doença são notificados pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital, que aciona a Vigilância Epidemiológica do Município e Estado. “Os casos suspeitos estão recebendo total atenção dentro do que nos foi orientado pelas notas técnicas do Estado e que do município divulgada na última sexta-feira. A nossa equipe recebeu todas orientações, principalmente para acionar de imediato a vigilância do município”, afirmou.
CASOS SUSPEITOS
A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) informou que, por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), foi notificada e está investigando, no momento, 6 casos suspeitos da síndrome de Haff, sendo eles um em Belém, um em Trairão e quatro em Santarém. A Sespa emitiu nota de alerta com orientações para identificação e notificação de casos suspeitos. A Sespa orienta os municípios aumentar a atenção à inspeção sanitária dos locais de venda e sobre a importância do acondicionamento correto do pescado.
A Secretaria informa que em caso de sintomas como dor muscular intensa na costa e membros inferiores, urina de cor escura associada a ingestão de pescado em até 24h é necessário buscar atendimento imediatamente na rede pública de saúde do município.
A Sespa ressaltou que o monitoramento, bem como o acompanhamento dos pacientes é de responsabilidade da vigilância do município. A Secretaria esclareceu, ainda, que encaminhou, por meio do Laboratório Central do Estado do Pará (Lacen), os exames sanguíneos e de urina dos casos suspeitos para laboratório de referência e aguarda os resultados.
DOL/Agência Santarém