Neste ano, o tema da campanha nacional do Setembro Amarelo é “Agir salva vidas”.
A chegada do “Setembro Amarelo” abre também a agenda de ações internas, organizada pela direção do Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS). A fachada da Unidade ficará iluminada de hoje, 3 de setembro, até o dia 15 desse mês e nesse período haverá também algumas ações internas com os colaboradores, pacientes e acompanhantes. Entre elas, projeto “Escuta psicológica”, entrega de panfletos em todos os setores com orientações das psicólogas, interação da equipe com entrega de cartão da gratidão, além de atividades terapêuticas.
O HMS recebeu nos últimos 6 meses 31 pacientes após tentativa de suicídio. Desses, uma adolescente de 13 anos não resistiu e morreu. Os pacientes com algum tipo de transtorno mental recebem o acolhimento médico, da equipe de enfermagem e ficam aos cuidados da psicóloga da Unidade, que por sua vez, cruza informações com o CAPs municipal para garantir o tratamento completo depois que o doente recebe alta.
Segundo a diretora geral da Unidade, Christiani Schuartz, a equipe do Hospital busca ter um olhar mais atento aos pacientes com sinais e sintomas de distúrbio de saúde mental. Ela afirma que o objetivo de iluminar a fachada do Hospital é para chamar atenção de todos, inclusive de quem atua diariamente com assistência à saúde. “Algumas vezes o próprio profissional não dá a devida importância para alguns sinais de doenças da mente dele mesmo e/ou do paciente. Nós queremos falar disso internamente dentro da nossa programação desse mês”, disse.
No Pará, um levantamento feito pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), calcula que cerca de 390 pessoas morreram no ano passado em decorrência a lesões autoprovocadas, como enforcamento, uso de objetos cortantes, de explosivos e de armas brancas e de fogo, além de auto intoxicações. Em 2019, foram 348 óbitos pelos mesmos motivos.
Prevenção
A atenção aos sinais como isolamento, a falta ao trabalho, a perda do gosto pelas coisas e pela própria vida, assim como a dificuldade de relacionamento e a irritação. Na avaliação da psicóloga do HMS, Lígia Ferreira, a melhor conduta a ser adotada para auxiliar alguém em sofrimento psíquico é agir com empatia.
“É muito importante se dispor para ajudar a pessoa a fim de que ela procure ajuda com profissionais da Psicologia e, quando necessária uma terapia medicamentosa, da Psiquiatria. Vale ressaltar que a dor da outra pessoa pode ser algo de via individual ou coletiva, pois, algumas pessoas passam por perdas significativas, como vemos acontecer com quem perdeu um ente querido na pandemia e inicia um processo de luto; mas outras pessoas passam por sofrimentos gerados por violências estruturais, como racismo, xenofobia, insegurança alimentar, LGBTQIA+fobia, violência de gênero e outros”, pontua.
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021, divulgado em julho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelam que o número de suicídios no Brasil em 2020 foi de 12.895, com variação de apenas 0,4% em relação a 2019, quando foram registrados 12.745 casos. Os estados que apresentaram maior número, repetindo o ano anterior, foram São Paulo, Minas Gerais e Porto Alegre, nessa ordem. A tendência no país é de alta: em 2012, foram 6.905 casos.
A ajuda pode vir de um amigo, parente, colega de trabalho ou escola, professores, ou alguém que está próximo a quem precisa e também dos voluntários do CVV, que são treinados para conversar com pessoas que estejam passando por alguma dificuldade. Para conversar com um voluntário, basta ligar para o telefone 188, gratuito, que funciona 24 horas. Também é possível mandar um e-mail ou falar pelo chat, que podem ser acessados pelo site www.cvv.org.br.
Ascom HMS