Programa está consolidado em 56 municípios. Em 2019, na primeira chamada, foram abertas 23 turmas. Este ano, o vestibular será em outubro, com 33 turmas.
A Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) lançou, na primeira quinzena de agosto, o edital de habilitação de matrículas para os alunos selecionados do Forma Pará, programa do governo do Estado que tem expandido o ensino superior para todos os municípios. Coordenada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), a iniciativa já alcançou alunos de 56 cidades paraenses.
Lançado em 2019 para reduzir o déficit de acesso de jovens e adultos na formação superior, além de aumentar o número de cursos ofertados por Instituições de Ensino Superior (IES) públicas do estado, de forma inovadora o Forma Pará atinge munícipios onde não há campus de universidades públicas ou que não há determinados cursos. Só neste ano de 2021 são ofertadas mais de duas mil vagas.
“A nossa meta era ofertar quatro mil vagas em quatro anos, e já vamos chegar a esse número em três anos, pois a chamada 2021 vai disponibilizar mais duas mil vagas. Costumo dizer que, diante da demanda que temos, esse número pode parecer pouco, mas com absoluta certeza é muito mais do que foi feito antes”, reconhece o titular da Sectet, Carlos Maneschy.
O secretário reforça que o investimento do governo na oferta de cursos de Nível Superior nos municípios demonstra o compromisso dessa gestão com o desenvolvimento do Estado, pois entende que esse desenvolvimento só será plenamente alcançado por meio da educação e da formação da população.
“Nosso desejo é que as pessoas possam ter acesso ao Ensino Superior e assim mudar suas vidas para melhor. Na verdade, cria-se um círculo virtuoso, pois mudam suas vidas, de suas famílias e de suas comunidades também”, avalia o gestor.
Desenvolvimento – Secretária adjunta da pasta, Edilza Fontes, é gestora Forma Pará. “A intenção é a formação de jovens e adultos, mas para que também os alunos fiquem nos seus municípios ou na microrregião quando concluírem o curso. É um programa que parte da concepção de que os municípios têm de ser desenvolvidos. Por exemplo, o município de Salinas tem o curso de Turismo porque é a atividade principal, nós pensamos muito no desenvolvimento da região. Muitos prefeitos pedem cursos voltados para as atividades principais do município”, relata.
Feito o pedido, a Sectet observa uma instituição mais próxima que pode oferecer o curso e entra em contato e, com isso, começa um processo de negociação para saber se tem como oferecer o curso. Depois que a instituição confirma que pode ofertar, a Secretaria promove uma visita técnica para observar o local onde a graduação será ministrada, depois é avaliada e é feito um convênio da Sectet com as prefeituras. O governo estadual financia e a Sectet faz o convênio com as universidades.
“Hoje temos um programa consolidado, nós estamos em 56 municípios, com 84 turmas. Em 2019, na primeira chamada, alcançamos 23 turmas, em 15 municípios. Na chamada de 2020 alcançamos mais de 23 turmas, em 20 municípios. Neste ano, o vestibular será em outubro, alcançaremos 23 municípios, com 33 turmas”, comemora Edilza.
Durante a pandemia, as aulas presenciais foram suspensas, mas os alunos continuaram com as aulas de forma remota. Para garantir que todos tivessem acesso às aulas, foram entregues, pelo governo do Estado, cerca de mil chips com 20 gigabytes de internet para os estudantes do Forma Pará.
Experiências – Isabel Farias, de 19 anos, mora no distrito de Mosqueiro, em Belém, e é estudante de Licenciatura em História, da Universidade Federal do Pará (UFPA). Ela ressalta que o programa ajuda a realizar um sonho.
“Conheci através de um colega que trabalha na UFPA, ele me informou sobre o processo seletivo, que me chamou bastante atenção. Teve inclusive a opção de cota para alunos que sempre estudaram em escola pública, muito bem pensado. O Forma Pará me ajudou a realizar o sonho de cursar o Ensino Superior e é de extrema importância para mim”, admite a jovem.
Manoel dos Santos, de 51 anos, reside no município de Melgaço, no Marajó. Ele é estudante de Educação Física, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), sua segunda formação superior. “Conheci o programa através de grupos de WhatsApp de Educação, estou na minha segunda formação, já sou formado em Letras. Fiz a prova concorrendo com mais de 300 pessoas, então ter conquistado a vaga é muito importante, porque é um curso muito concorrido nas universidades públicas e a nota de corte é alta. O programa possibilita que a gente fique no nosso município, não precisamos sair do nosso domicílio para estudar em outra cidade, elogia o aluno.
Por Carol Menezes (SECOM)
Agência Pará