A sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Ruraus de Santarém (STTR) foi invadida por madeireiros da região da Resex Tapajós Arapiuns. O fato ocorreu na manhã desta segunda-feira (3) em Santarém, oeste do Pará. Algumas lideranças da entidade sindical que estavam no local no momento ficaram encurraladas e sem poder sair.
De acordo com as primeiras informações, cerca de 60 pessoas representantes de cooperativas das cooperativas Cooprunã, Coopermaró e Cooperio ocuparam a sede em resposta a uma decisão judicial que os impede de explorar produtos florestais na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, localizada entre os municípios de Santarém e Aveiro.
A decisão faz parte de uma Ação Civil Pública (ACP) movida pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares de Santarém (STTR) e pelo Conselho Indígena Tapajós Arapiuns (CITA), com assessoria jurídica da Terra de Direitos. As entidades pediram a suspensão dos procedimentos de aprovação dos planos de manejo florestal dentro da Resex até que fosse realizada a consulta prévia, livre e informada das 78 comunidades tradicionais e aldeias que vivem na Reserva.
A Polícia Militar foi acionada. Pelo menos 20 militares estavam sede do STTR para garantir que não haja violência e nem destruição do patrimônio da entidade, como ameaçaram alguns manifestantes.
De acordo com o manifestante Joel Fernandes da Silva, da Cooprunã, os representantes das cooperativas só deixarão a sede do sindicato quando houver uma solução que contemple a retomada dos planos de manejo.
Presidente do STTR, Manoel Edivaldo reafirmou durante o primeiro contato com os cooperados que o objetivo da entidade, assim como do CITA, é garantir o direitos das comunidades e populações tradicionais que vivem na reserva Tapajós-Arapiuns. Buscam que elas sejam ouvidas sempre que houver um novo pedido de exploração de madeira naquela área.
Matéria atualizada às 16h35 para novas informações.