Floresta Ativa: extrativistas regularizam agroindústria e se credenciam para comercialização à Merenda Escolar na Resex

A Cooperativa Agroextrativista de Surucuá (Cooprasu) está na fase final de regularização da agroindústria de frutas. O Programa Floresta Ativa, gerido pelo PSA e parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, presta assistência técnica para consolidação do empreendimento.
Divulgação

Para os moradores da comunidade Surucuá, região da Reserva Extrativista (Resex) Tapajós/Arapiuns, no município de Santarém, o momento é de realização de um sonho. “Quando a gente soube  da visita se sentiu muito feliz da equipe ter vindo aqui na comunidade, ter essa conversa com os cooperados e mais feliz ainda por que a gente desde o início esperava a venda do nosso produto para a merenda escolar” – comemorou Erliane Brás, da Cooperativa.

Desde 2015 um grupo de moradores da comunidade Surucuá, liderado por mulheres, vem se organizando, captando recursos e investindo em uma unidade de processamento de polpas de frutas. Em 2020 a iniciativa se tornou uma cooperativa e procurou o apoio do Projeto Saúde e Alegria para obter o registro no Serviço de Inspeção Municipal – SIM e para acessar o Programa Nacional de Alimentação Escolar. Hoje a agroindústria, que funciona com energia solar, já é uma realidade.

Agroindústria de Surucuá na Resex. Fotos: Márcio Roberto/PSA.

Nesta segunda-feira (19), o pedido para o registro no SIM foi protocolado para alegria dos moradores que receberam a vistoria da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Semap), e visita da Secretaria Municipal de Educação e Projeto Saúde e Alegria (PSA) que promove a assessoria técnica aos extrativistas.

“Pelo que foi analisado, 95% da agroindústria está concluída, viemos ver pequenos detalhes, para comercialização dos produtos e venda para o PNAE” – explicou o técnico da Semap, Joebson Laurido.

Segundo o gestor de negócios sustentáveis do PSA, Davide Pompermaier, para concretizar o processo de regularização sanitária, é necessário obedecer alguns condicionantes, como “adaptações nas instalações, análise da água, exames médicos na equipe da cooperativa […] já disponibilizamos os recursos necessários e estamos encaminhando tudo” – ressalta.

Extrativistas protocolam pedido para o registro no SIM.

A coordenadora do Programa Nacional de Alimentação Escolar em Santarém, Wanda Maia explicou que o PNAE tem buscado apoiar o pequeno produtor e garantir alimentação natural para o cardápio da merenda escolar. “Fomentar a agricultura familiar para que esta comunidade possa se tornar uma das fornecedoras de polpas e demais alimentos oriundos da agricultura familiar para o Programa de alimentação, especificamente para a escola da comunidade e também ver a possibilidade para que mais escolas da região possam ter esse atendimento”.

O Programa Floresta Ativa enquanto plataforma de oportunidades socioeconômicas voltadas ao manejo sustentável da floresta, apoia a iniciativa para fortalecer cadeias produtivas para ao mesmo tempo, promover a segurança alimentar, a elevação da renda e a inclusão social das comunidades envolvidas.

Estruturada com sistema de energia solar, agroindústria opera com energia limpa.

“A gente ficou muito feliz que vamos conseguir o selo. Pra gente é muito importante porque a gente ficava com receio de vender nossos produtos irregular. Agora a gente vai ter o selo e poder vender para qualquer instituição, comércio, dentre outros” – Erliane Brás, integrante da Cooprasu.

“Com a parceria do PSA, a gente vai poder complementar os ajustes. Ter uma renda tanto para cooperativa quanto para os produtores da comunidade” – Aldalto Sousa, integrante da Cooprasu.

Fonte: Saúde & Alegria