Labimol: laboratório público identifica novo coronavírus em 77% das amostras analisadas no Oeste do Pará

Reativado pela parceria do Governo do Estado com a Ufopa, o Laboratório de Biologia Molecular quer acelerar a identificação da doença na região
O Labimol já analisou 500 amostras da região, a maioria do município de SantarémFoto: Marcelo Seabra / Ag. Pará

O Laboratório de Biologia Molecular (Labimol), unidade reativada pelo Governo do Pará em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), identificou em levantamento que 77% das amostras coletadas em municípios da região Oeste são positivas para o novo coronavírus, causador da Covid-19.

Desde a reabertura, no final do último mês de fevereiro, até esta sexta-feira (12), o Laboratório de Biologia Molecular analisou 500 amostras e, deste total, 385 positivaram para Covid. O Labimol visa acelerar o atendimento aos municípios do Oeste do Estado na identificação de casos de Covid.

O professor da Ufopa e coordenador do Labimol, Marcos Prado, alerta que os índices de infecção estão em um patamar preocupante e exigem monitoramento das autoridades sanitárias. “O resultado demonstra o alto índice da contaminação da Covid-19 em Santarém e nos diversos municípios da região Oeste do Pará. Esse número é preocupante e demonstra que a doença está descontrolada na nossa região. Na primeira onda este percentual era de cerca de 40%, e agora na segunda onda já iniciamos o Laboratório com esse percentual de 77%. É um percentual muito elevado”, afirma.

O coordenador Marcos Prado alerta para que todos os 21 município da região enviem amostras para análise Foto: Marcelo Seabra / Ag. Pará

Alerta – O coordenador também ressalta a necessidade de os municípios do Oeste intensificarem a testagem e, consequentemente, o envio de amostras para análises. “O Labimol atende 21 municípios do Oeste do Pará e, deste total, Santarém é o que mais envia amostras, e os outros municípios acabam enviando uma quantidade pequena”, informa, acrescentando que “cidades mais distantes enviam poucas amostras ou realmente não enviam nada. Os municípios mais próximos da divisa com o Amazonas acabam não enviando, como é o caso de Terra Santa e Faro. Isto acaba comprometendo a compreensão do comportamento do vírus na nossa região”.

Resultado on-line – O Laboratório de Biologia Molecular segue os protocolos de biossegurança do Laboratório Central do Estado (Lacen). Após as análises, em um intervalo de até 24 horas, o resultado é disponibilizado pelo Labimol no sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Labimol também fará parte do Sistema de Vigilância Genômica, que tem como objetivo monitorar os vírus em circulação e identificar as variantes por meio do sequenciamento genético de amostras.

No espaço serão desenvolvidas pesquisas para identificar a transmissão e propagação do novo coronavírus em alta escala. Serão analisadas amostras em esgotos residenciais e industriais, além de balneários e praias da região.

Retaguarda – O Labimol é uma unidade de retaguarda, sem atendimento aberto ao público. O material analisado é enviado pelas unidades de saúde pública dos municípios do Oeste do Pará.

A oficialização da parceria entre Estado e Ufopa ocorreu durante agenda de trabalho do governador Helder Barbalho na região, no final do último mês de janeiro. O governador relembrou que o Labimol foi utilizado em 2020 de forma estratégica e provisória. 

“Estamos retomando esta iniciativa, um investimento de R$ 1 milhão, com o laboratório no campus da Ufopa. Essa medida vai dar amplitude para que o laboratório seja uma ferramenta dos alunos e professores na realização de estudos e pesquisas. Esperamos que cientistas e pesquisadores também possam utilizar o espaço, para não gerar apenas diagnóstico, mas também que possam pesquisar essa nova cepa advinda do Amazonas, que precisa ser investigada para identificar as ações necessárias em saúde”, reiterou o governador na ocasião.

Fonte: Agência Pará