Operação Caixa Forte 2 foi aberta por ordem da 2ª Vara de Tóxicos de Belo Horizonte e conta com a participação de 1.100 agentes, que além dos mandados de prisão preventiva contra 422 pessoas buscam cumprir 201 mandados de busca e apreensão em 75 cidades; No Pará serão cumpridos quatro mandados de prisão e busca, em Belém e Itaituba.
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta segunda-feira, 31, operação contra facção criminosa ligada ao tráfico de drogas. Foram bloqueados cerca de R$ 252 milhões em contas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Mais de 1.100 policiais estão nas ruas em 19 estados e no Distrito Federal, cumprindo 623 mandados, 422 deles de prisão. Destes, 173 alvos já estavam presos. No Pará serão cumpridos 4 mandados de prisão e busca, com alvos em Belém e Itaituba.
As investigações apontam que 210 pessoas detidas em presídios federais recebiam auxílio mensal por terem alcançado cargos de alto escalão dentro da facção ou por terem realizado missões como a execução de servidores públicos.
A PF informou que a ação envolve cerca de 1.100 agentes, sendo é realizada por meio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado – grupo coordenado pela PF com participação da Polícia Civil de Minas, da Polícia Rodoviária Federal, e do Departamento Penitenciário Nacional. A ofensiva é aberta no dia do ‘aniversário’ da facção, que foi fundada em 1993.
Os Estados onde são realizadas as atividades da Caixa Forte 2 são: Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Segundo a Polícia Federal, parte das ordens também são cumpridas no Chile.
Além de membros do PCC, facção que surgiu dentro dos presídios de São Paulo, familiares e pessoas responsáveis pela lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio também são alvos da operação.
Segundo a corporação, a ofensiva tem como base dados obtidos na primeira fase da ‘Caixa Forte’, que identificou os responsáveis pelo chamado ‘Setor do Progresso’ do PCC, dedicado à lavagem de dinheiro do tráfico. A PF apontou que tais informações revelaram que os valores obtidos com o tráfico eram, em parte, canalizados para inúmeras outras contas bancárias da facção, inclusive para as contas do ‘Setor da Ajuda’ – responsável por recompensar membros da facção recolhidos em presídios.
A Polícia Federal diz ter identificado 210 integrantes do alto escalão da facção, recolhidos em Presídios Federais, que recebiam valores mensais por terem ocupado cargos de relevo na organização criminosa ou executado missões determinadas pelos líderes como, por exemplo, execuções de servidores públicos.
Para garantir o recebimento do ‘auxílio’, os integrantes do grupo indicavam contas de terceiros não pertencentes à facção para que os valores, oriundos de atividades criminosas, ficassem ocultos e supostamente fora do alcance do sistema de justiça criminal, informou a corporação.
De acordo com a PF, a ofensiva desta manhã visa desarticular a organização criminosa por meio de sua descapitalização, além de prender lideranças.
Os presos são investigados pelos crimes de participação em organização criminosa, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, cujas penas combinadas podem chegar a 28 anos de prisão, informou a Polícia Federal.
Matéria atualizada às 09h18 para novas informações
Fonte: Estadão