A força-tarefa montada pelo Estado em parceria com a Opas e o Ministério da Saúde visa interromper a circulação do vírus em território paraense
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) iniciou nesta segunda-feira (24) a força-tarefa de combate ao sarampo nos 17 municípios prioritários que concentram a maioria dos casos confirmados da doença no Pará. O objetivo da ação, que conta com o apoio do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), é interromper a circulação do vírus no Estado.
De acordo com a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Sespa, de 1º de janeiro a 19 de agosto deste ano, o Pará confirmou 5.042 casos de sarampo, incluindo cinco óbitos, o que corresponde a 64,6% do total de casos confirmados no Brasil, com uma incidência de 58,6 casos por 100 mil habitantes.
A vacinação em massa visa a atingir a população de 6 meses a 59 anos, principalmente a faixa etária de 20 a 49 anos, mesmo os já vacinados. Os 17 municípios prioritários são: Abaetetuba, Ananindeua, Augusto Corrêa, Barcarena, Belém, Benevides, Bragança, Breves, Cametá, Castanhal, Curuçá, Igarapé-Miri, Mãe do Rio, Marabá, Marituba, Moju e Novo Repartimento.
Segundo o diretor de Vigilância em Saúde, Denilson Feitosa, é necessário somar esforços para combater o sarampo, fazendo o Pará voltar ao nível de cobertura aceitável. “O calendário vacinal precisa estar atualizado na faixa etária de seis meses a 59 anos de idade”, reiterou.
Cobertura estratégica
Para reforçar as ações de combate ao sarampo, a Opas disponibilizou 28 veículos para serem utilizados em toda a ação. “Com esses veículos vamos fazer toda a cobertura estratégica, visitando, fiscalizando e estimulando a aplicação da vacina tríplice viral”, disse o secretário adjunto de Políticas de Saúde da Sespa, Sipriano Ferraz.
A Secretaria também conta, desde abril, com uma Sala de Situação do Sarampo para o monitoramento do surto, com representantes das áreas de Vigilância Epidemiológica, Imunizações e Atenção Básica da Sespa e Laboratório Central do Estado (Lacen-PA), além da Opas e do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems), para discussão das ações a serem realizadas de forma integrada.
Busca ativa – Além da vacinação em massa, a Sespa está realizando a busca ativa de casos nos municípios sem notificação de casos suspeitos ou confirmados da doença.
Nesta segunda-feira, o 4º Centro Regional de Saúde (CRS), em Capanema (nordeste paraense), sediou a reunião de coordenadores municipais de Atenção Primária em Saúde (APS) e membros da Vigilância Epidemiológica e Imunizações dos 12 municípios da Região do Rio Caetés, além de técnicos do 4º CRS.
Conforme a coordenadora estadual de Saúde da Família da Sespa, Samela Galvão, participante da reunião, durante esta semana a equipe também iniciará a busca ativa nos municípios de Peixe-Boi, Nova Timboteua e Ourém (na região nordeste), que não têm notificado nenhum caso suspeito ou confirmado de sarampo. “Nesses municípios, chamados de silenciosos, vamos fazer a busca ativa, analisando prontuários nas unidades de saúde hospitais”, informou.
A Divisão de Vigilância Epidemiológica alerta que os profissionais de saúde devem notificar os casos suspeitos de sarampo em até 24 horas após o atendimento, investigar a busca de contatos em 48 horas e fazer o bloqueio vacinal seletivo em, no máximo, 72 horas após a notificação, para a interrupção da circulação do vírus e do surgimento de outros casos.
Contágio – O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível e extremamente contagiosa. A transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas, e tem início até seis dias antes do surgimento do exantema (manchas vermelhas na pele).
A suscetibilidade ao vírus do sarampo é geral, e a única forma de prevenção é a vacina. Os principais sinais e sintomas do sarampo são febre, tosse, coriza, conjuntivite e manchas vermelhas na pele.
A pessoa deve procurar um serviço de saúde logo que apresentar os primeiros sinais da doença, e procurar as salas de vacinação para atualizar a carteira de vacinação.
Fonte: Agência Pará