Se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Veja a programação e saiba mais.
Para celebrar o Dia Mundial do TDAH, está sendo realizada em Santarém, oeste do Pará, a Semana do TDAH. A programação iniciou na última segunda feira (13) e segue até a próxima sexta feira, dia 17. Devido o momento de pandemia pelo qual o mundo está passando, a programação é basicamente online, com campanhas nas redes sociais, sorteio de brindes, mesa redonda em uma radio da cidade e live no último dia do evento. A ideia é não apenas divulgar o evento, mas também dar voz, vez e identidade para as pessoas que sofrem com o transtorno juntamente com suas famílias.
A neuropsicóloga Leonise Oliveira integra a equipe do TDAH em Santarém e é uma das coordenadoras do evento. Ela explicou o objetivo de celebrar o TDAH. “A Semana do TDAH em Santarém, especificamente, é pra divulgar, dar voz e vez, identidade pra essas pessoas, pra essas famílias que vivem ou que convivem com uma pessoa com TDAH ou, para a própria pessoa que tenha TDAH já na fase da adolescência ou adulta; é justamente para que nós possamos olhar pra essas pessoas e entender que se trata de um transtorno sério, com consequências, com prejuízos funcionais que podem ser imensuráveis e que têm tratamento, que precisam de ajuda, que podem melhorar. Então, basicamente, se trata da conscientização realmente, trazer luz, popularizar realmente de forma correta o que é o TDAH e não de forma pejorativa”.
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.
A neuropsicóloga Leonise explicou que o TDAH também é multifatorial, porque envolve ambiente, envolve alguns critérios de estudos de meta-análise como baixo peso ao nascer, falta de oxigênio, a condição da mãe na gestação, como a ingestão de álcool, fumo, algumas coisas que podem ser levadas em consideração na hora de avaliar e de caracterizar o TDAH quando criança, e no ambiente. “um ambiente disfuncional, brigas constantes, nível social baixo, carência, tudo isso é levado em consideração”.
Ainda de acordo com a profissional, quando bem tratada, a criança pode chegar à adolescência, idade adulta, com oproblema minimizado, quase extinguido. “Ao contrário, quando não há essa orientação desde criança ou, quando não tem apoio familiar, de compreender, saber do que se trata, isso pode se levar para o resto da vida e pode-se também, quando chegar assim com mais idade, vir a acarretar outros diagnósticos que a gente chama de Comorbidades, que são transtorno depressivo, ansiedade, conduta, e tantos outros aí que pelos estudos a gente tem comprovado que pode acontecer”.
Doutora Leonise explicou que o TDAH não tem cura mas tem tratamento.
“Por se tratar de um transtorno neurobiológico nós não podemos falar em cura e sim tratamento, que pode ser medicamentoso e também com as terapias, como mudqnca da rotina familiar, mudança da rotina da criança, do adolescente, adaptações na escola também são necessárias, uma tríade aí que precisa funcionar”.
No último dia de programação, na sexta feira (17) haverá uma Live com o tema: Educação ao alcance do TDAH, com a participação de Maria Cristina Bromberg. Ela é Mestre em distúrbio do desenvolvimento. Também é fundadora e diretora do Instituto Pâmela Kvilekval e Coordenadora do Grupo de Orientação sobre TDAH.
A live será às 19h30, pelo instagram @tdah_santarempa
TDAH em Santarém
O Grupo do TDAH existe há pouco tempo em Santarém. É formado por quatro mulheres (Cleicy, Juçara, Gilma e Leonise). Após a fundação, passou quase dois anos sem atividades. Agora, retorna, segundo Leonise, com mais experiência, mais estudos, mais qualificação e mais preparadas para conduzir eventos e transmitir informações que são de cunho muito importantes para todos, inclusive os pais.
“A nível de Brasil, nós já temos vários Projetos de Lei pra se reconhecer o TDAH como deficiência a ponto de assegurar direitos. Tem associações fortes a nível nacional, Internacional, e aqui em Santarém estamos buscando isso. Santarém não é contabilizado a nível nacional porque nem nós temos esse números, são pessoas invisíveis, pelo menos pra estatísticas em relação a levantamento de dados, então, passam despercebidas, e nós precisamos fazer alguma coisa. Somos da área da educação, da saúde e nós temos ferramentas suficientes pra poder ajudar todas essas famílias da melhor forma possível e dentro das nossas possibilidades”, finalizou Leonise.
Veja, no banner, a programação da Semana do TDAH em Santarém: