Em entrevista à revista Veja, advogado disse que abrigou Queiroz ‘por razões humanitárias’ e afasta responsabilidade de família Bolsonaro
O ex-advogado de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Frederick Wassef, afirmou em entrevista à revista Veja que o ex-assessor do senador e amigo da família Fabrício Queiroz ficou abrigado em sua casa porque seria assassinado, e negou que o clã Bolsonaro soubesse da localização dele. A entrevista foi publicada nesta sexta-feira 26.
Wassef afirmou que abrigou Queiroz “por uma questão humanitária”, já que ele estaria se tratando de um câncer no cólon, e afirmou que ofereceu suas casas em São Paulo, Atibaia e no litoral para que ele escolhesse onde se acomodar. Na noite de quinta-feira, a TV Bandeirantes veiculou que a cidade litorânea era o Guarujá.
“Havia um plano traçado para assassinar Fabrício Queiroz e dizer que foi a família Bolsonaro que o matou em uma suposta queima de arquivo para evitar uma delação”, afirmou Wassef, que também chegou a defender o miliciano Adriano da Nóbrega ao dizer que ele tinha “ficha limpa” e que, como no caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, teve o caso vinculado à família Bolsonaro.
O advogado também negou enfaticamente que é o “Anjo” apontado nas investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro, e fez declarações a fim de proteger a família Bolsonaro e Queiroz de intenções não declaradas.
“O meu objetivo único era preservar aquela vida para que ela pudesse servir ao Poder Judiciário do Rio de Janeiro, ao Ministério Público e aos meus interesses enquanto advogado do senador Flávio Bolsonaro.”, disse, afirmando que esse seria um “regular exercício da advocacia”.
Antes de entrevista, Wassef mentiu
Após Fabrício Queiroz ter sido encontrado na casa de Wassef em Atibaia, o advogado negou que tivesse tido qualquer contato com o ex-assessor de Flávio à Folha de S. Paulo: “Nunca telefonei para Queiroz, nunca troquei mensagem com Queiroz nem com ninguém de sua família. Isso é uma armação para incriminar o presidente”, afirmou na ocasião.
Desde então, o senador afastou Frederick Wassef de suas funções de advogado e já contratou Rodrigo Roca, ex-advogado de Sérgio Cabral.
A investigação contra Flávio Bolsonaro começou após um relatório do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ter identificado uma movimentação suspeita de 1,2 milhão de reais na conta de Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, prática conhecida como “rachadinha”.
Ontem, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu um pedido de habeas corpus a Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) para mudar o juiz responsável pela investigação das rachadinhas.
Carta Capital