Grupo se formou a partir dos últimos eventos envolvendo esses conceitos, buscando uma forma de se posicionar e trazer informação à população
O Movimento Professoras e Professores Antifascistas do Brasil Regional Norte Pará já conta com 500 professores. Há representantes de pensamentos políticos tanto de esquerda quanto de direita. Esse grupo se formou frente à onda de protestos antidemocráticos, questões de violência, racismo, aproximação de simbologias fascistas e nazistas e outros temas. Vários conteúdos serão produzidos, com diferentes pontos de vista, e publicados nas plataformas de redes sociais digitais.
Para o primeiro momento, os Professores Antifascistas farão conteúdos apenas digitais, com palestras em formato de transmissão ao vivo — que a população já entende bem como “live”. O principal objetivo é explicar, de forma ampla e acessível, alguns temas que se tornaram constantes nas últimas semanas, como fascismo, nazismo, democracia, ideologias, desinformação, fake news e posicionamentos políticos, por exemplo. E ainda: racismo, violência policial, violência contra a mulher, direitos humanos. E como ainda é tema, a pandemia de covid-19.
“Somos professores de diversas áreas do conhecimento, da rede pública e da rede privada, do ensino fundamental ao ensino superior, de todos os alinhamentos políticos, unidos pelo conhecimento e contra o fascismo. Queremos alertar a sociedade sobre essas situações que estamos vivendo no mundo e aqui. Somo um país com uma democracia muito jovem e que já passou por vários golpes. Agora, assistimos pessoas flertando com fascismo, nazismo, pedindo volta da ditadura militar… pessoas jovens, que não sabem o que é viver sob um governo autoritário ou numa ditadura e acham que isso é defender a liberdade de expressão”, explicou o geógrafo Aiala Colares, professor doutor da Universidade do Estado do Pará (Uepa).
Aiala é um dos organizadores do movimento. Ressalta que todos os movimentos recentes no Brasil — atos anti e pró democracia, além de manifestações com apologias nazistas e fascistas —, assim como nos Estados Unidos, desde o assassinato de George Floyd pela polícia, que levantou novos debates sobre racismo estrutural. “Precisamos superar problemas no sistema jurídicos e desconstruir a violência em vários setores, como povos indígenas, quilombolas, mulheres, a juventude negra e tantos outros”, completou.
Inicialmente, os professores farão várias lives com todos os assuntos propostos e participação da sociedade. Quando houver segurança para ir às ruas, após a redução dos riscos da pandemia de covid-19, as aulas serão públicas e abertas. Manifestações também serão organizadas para posicionamento em determinados assuntos, sempre que necessário.
O Liberal