O novo protocolo prevê o uso do medicamento para crianças, adultos, gestantes, mulheres que tiveram filhos recentemente e pacientes leves. Comunidade científica afirma que não há comprovação científica da eficácia do uso de hidroxicloroquina
Foi assinado, nesta quarta-feira (20), um novo protocolo para o uso da hidroxicloroquina no enfrentamento ao novo coronavírus, liberando o uso do remédio no Sistema Único de Saúde (SUS) até nos casos leves da covid-19. Até então, o protocolo previa a medicação apenas para casos graves. No entanto, não há comprovação científica de que o medicamento seja eficaz para tratar a doença.
O presidente Jair Bolsonaro já havia indicada que é a favor da mudança no protocolo, por ser defensor da cloroquina no tratamento do coronavírus. O uso do remédio foi motivo de atrito entre Bolsonaro e os últimos dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Os dois deixaram o governo no período de um mês.
Mesmo com a mudança, o novo protocolo mantém a necessidade de o paciente autorizar o uso da medicação. O termo de consentimento deve ser assinado pelo paciente, e ressalta que “não existe garantia de resultados positivos”, além de o paciente ficar ciente de que a cloroquina pode causar efeitos colaterais que podem levar à “disfunção grave de órgãos, ao prolongamento da internação, à incapacidade temporária ou permanente, e até ao óbito”.
Matéria do Jornal Noroeste, afirma o seguinte:
O Ministério da Saúde através de um novo protocolo, sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19, prevê o uso do medicamento para crianças, adultos, gestantes, mulheres que tiveram filhos recentemente e pacientes leves.
Além do público-alvo, o novo protocolo também vai indicar a dosagem apropriada. O documento trará ainda a proposta de combinação da cloroquina e da hidroxicloroquina com outros medicamentos.
Na segunda-feira (18), o presidente Jairo Bolsonaro recebeu um esboço do ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, entretanto para ser publicado, o protocolo precisa passar pela avaliação de todos os parâmetros técnicos, tanto para a dosagem, bem como a aplicação da droga. A proposta será apresentada ao presidente da República.
O protocolo terá como base a liberação estabelecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O presidente do Conselho Federal de Medicina, Mauro Ribeiro, explicou que “existem estudos observacionais que têm pouco valor científico, mas são importantes”. Baseado nisso, o CFM liberou o uso de hidroxicloroquina para os médicos brasileiros em três situações:
1) paciente crítico, internado em terapia intensiva já com lesão pulmonar estabelecida com reação inflamatória sistêmica em que todas as evidências são de que a hidroxicloroquina não tem nenhum tipo de ação nesse paciente, mas ela pode ser usada pelos médicos por uso compassivo, uso por compaixão. Ou seja, paciente está praticamente fora de possibilidade terapêutica e o médico com autorização dos familiares pode utilizar essa droga.
2) paciente chega com sintomas no hospital. Existe um momento de replicação viral e que essa droga pode ser usada pelo médico desde que ele tenha o consentimento do paciente ou dos familiares. Médico sendo obrigado a explicar para o paciente que não existe nenhuma evidência de benefício da droga e que a droga pode também ter efeitos colaterais importantes.
3) no início dos sintomas, sintomas leves tipos de uma gripe, no caso o médico pode utilizar também descartando a possibilidade que o paciente tem influenza A ou influenza B que são aos gripes normais ou dengue ou H1N1 e também uma decisão compartilhada com o paciente que o médico explique para o paciente que não existe nenhum benefício provado dessa droga pro uso da covid explicando também os riscos que a droga apresenta. Os riscos são baixos, mas eles existem
Com informações da CNN Brasil e Jornal Noroeste