A informação é do Sindicato dos Médicos no Estado do Pará (Sindmepa).
Desde o início da pandemia do coronavírus no Pará até hoje – menos de dois meses – já morreram 19 médicos infectados pela Covid-19 e ao menos outros 10 médicos estão internados em hospitais em decorrência da doença no estado. A informação é do Sindicato dos Médicos no Estado do Pará (Sindmepa). De acordo com o sindicato, só neste sábado (9), ocorreram três mortes de médicos, todas pelo novo coronavírus. Em notas de pesar, o sindicato lamenta e se solidariza com as famílias dos profissionais.
A médica Josefina Darwich Borges Leal, o médico Elivaldo Batista de Souza, e o médico urologista Osmar Seabra foram as vítimas mais recentes do vírus mortal, neste sábado. Seabra deixou esposa grávida e filho.
Na sexta-feira (8), o sindicato publicou nota de pesar pela morte do médico Alex Ribeiro Bello, 53 anos, carioca, que tinha CRM do Tocantins, mas nos últimos três anos atuava em vários municípios do sul e sudeste do Pará, como Redenção, Água Azul do Norte, São Félix do Xingu e Xinguara, onde residia atualmente. Ele morreu no Hospital Regional de Redenção.
Ainda na sexta-feira, morreu o médico Manoel Amaral Maciel, de 72 anos, com suspeita de Covid-19.
Ele era servidor público há mais de 30 anos e faleceu na Unidade de Saúde do Outeiro. Na quinta-feira (7), o médico Roberto Carvalho Lima foi mais uma vítima.Estes seis profissionais perderam a luta para o coronavírus recentemente. Mas antes deles, outros 13 médicos haviam morrido pela doença. Em seu site, o sindicato publicou um resumo sobre a situação que os médicos enfrentam no Pará para atuarem na linha de frente do combate ao coronavírus:
“Desde o início desta terrível pandemia que tem vitimado milhares de pessoas e, sobremaneira, profissionais da saúde, especialmente médicos, o Sindmepa tem trabalhado na busca de direitos de médicos ao exercício profissional com dignidade e segurança. Temos denunciado diariamente nos meios de comunicação a exposição absurda e sem precedentes a que os médicos estão submetidos, sem quaisquer direitos trabalhistas, na linha de frente da batalha contra a Covid 19.
Acionamos a Justiça do Trabalho, Ministério Público Estadual, Federal e do Trabalho, entramos com recursos e demos pareceres, tudo para salvaguardar a segurança e a vida de nossos profissionais. Lamentamos que a justiça não esteja cumprindo seu papel de proteger aqueles que mais necessitam de sua intervenção. Aplausos das janelas são bem-vindos, mas nós também temos direito à vida e à segurança. Nós, médicos, não queremos homenagens póstumas. Somos médicos, não somos suicidas”.
Fonte: VER-O-FATO