Médico santareno analisa a repercussão da saída do ministro, da pasta, e sobre a chegada de seu sucessor, Teich
Por Telmo Moreira
Estamos assistindo uma verdadeira comoção por parte de uns e euforia por parte de outros, em decorrência da substituição do Ministro da Saúde Dr. Luiz Henrique Mandetta, pelo novo ministro Dr. Nelson Teich. Algo incomum, pois eu nunca presenciei na história recente do Brasil, quando da troca de nenhum outro ministro de qualquer presidente, mas como quando trata-se do Governo Bolsonaro, em que desde o lançamento da candidatura do mesmo, tudo desperta paixão, polarização, discursões fecundas assim como estéreis e muita falação com verdades e Fake News, temos que nos acostumar e de repente até digerir, ouvindo de ambas as partes: “Joga merda na Geni”.
O Deputado federal e médico Mandetta foi escolhido no início do governo Bolsonaro, de imediato mostrou ser um político brilhante, falante, ponderado, bem articulado e bem assessorado, embora nunca tenha sido infectologista ou sanitarista. Eu já o conhecia e o admirava pois acompanhava suas ações através de um grupo do Facebok chamado Dignidade Médica, ali mostrava ser um ardente defensor das causas que se relacionam com a melhoria de condições tanto técnicas, quanto a remuneração da categoria medica, fazia também a mesma defesa na Câmara Federal. Foi um ferrenho opositor a vinda dos Médicos Cubanos e defensor de várias pautas que vai totalmente de encontro ao que a maioria dos seus ardentes defensores de hoje, principalmente aqueles de ideologia esquerdista.
Ao estrear como Ministro no atual governo, não teve muito tempo pra cuidar de outras coisas, pois foi atropelado pela Peste Chinesa conhecida como COVID19, produzida polo novo CORONAVIRUS, com isso ganhou um espaço enorme na mídia e como experiente político aproveitou a onda e deitou e rolou. Seus boletins eram claros, pausados, eloquentes, com uma voz treinada e educada, constituindo-se num prato cheio pra a galera, principalmente aquela constituída por aqueles que só sabem e discutem o que veem na televisão.
As posições do ilustre Deputado sempre pareceram mais sensatas que as do destrambelhado porém importantíssimo no processo de desconstrução da corrupção, que até sua posse foi institucionalizada no Brasil, Presidente Jair Messias Bolsonaro, também agradava muito mais os espectadores. O Presidente em si começou a sentir a batata quente e numa visão holística passou a antever uma crise sem precedentes se as medidas tomadas principalmente de isolamento continuassem de forma mais radical, não estou defendendo o presidente, muito menos justificando sua atitudes. O Legislativo numa atitude de confronto e de política rasteira, não demonstrou qualquer atitude de amenizar a crise, ficou bem claro quando não permitiu que parte dos bilhões destinados ao fundo eleitoral fosse destinada para o combate a Pandemia e o Judiciário por sua vez também tomou atitudes que diminuem as ações do Presidente.
O Ex Ministro Mandetta assim como os demais, foi indicação pessoal do Presidente, porém é filiado ao Partido Político DEM, coincidentemente o mesmo do astuto Presidente da Câmara que contrariando a estética está mais para raposa do que para leitão e também do Presidente do Senado, jeitão de Comediante e personalidade de Vilão, ultimamente o nobre deputado assumiu uma postura onde parecia ser mais fiel ao partido e aos aliados do que ao próprio presidente. Nada mais justo e normal que qualquer Ministro em qualquer pais do mundo, principalmente naqueles cujo regime é Presidencialista seja mudado a qualquer momento pelo primeiro mandatário, porém aqui no Brasil terra de Vasco e Flamengo, de General Barata e Assunção, de Ubaldo Correa e Elias Pinto, a mudança está causando convulsão social, com verdades e mentiras de ambos os lados.
O Dr. Mandetta ficou me devendo uma atitude que somente não credito na sua biografia por causa do seu envolvimento visceral com a Pandemia, a dívida seria fazer já que estava com a caneta na mão, algo que sempre defendeu, algo que pudesse se transformar em melhorias das condições tanto técnicas quanto salariais da categoria Médica e dos demais profissionais da Saúde. Ficou apenas discutindo CORONAVIRUS e para nós sobraram apenas os aplausos que são frágeis e poderão se transformar em vaias ou judicialização ao primeiro deslize até involuntário de algum.
Quanto ao Dr. Teich, já chegou para levar porrada, o homem ainda nem completou seu gabinete e já começaram as críticas ferrenhas e ácidas. Existem umas mesmas pessoas que a cada vinte minutos postam alguma coisa elogiando o antecessor e criticando o atual. Já forjaram até uma postagem editada fora do contexto, que qualquer pessoa medianamente informada desconfiaria e saberia perfeitamente que não é bem assim, assim como do outro lado fizeram o mesmo com o erro de digitação da aplicação da Dona Marisa Letícia, que ainda rola no Facebook como se verdadeiro fosse.
O fato do Ministro não ser oriundo ou da Academia ou do Serviço Público, foi o suficiente para a sua mais profunda crucificação, como se somente existisse vida inteligente dentro daquelas dois setores e se por ventura for oriundo da atividade privada, estará desde já condenado ao fogo eterno.
Acho uma tremenda injustiça o que estão fazendo com o novato, aguardemos, vamos ver como o mesmo se posicionará, o cidadão ainda não disse tudo o que pretende fazer e se as medidas tomadas pelo mesmo forem inconvenientes, inconsistentes e inadequadas, ai sim, vamos chover de críticas e inclusive sugerir nova troca, mas quem deve escolher os ministros, bem ou mal é a pessoa que foi eleito pela maioria dos votos dos eleitores brasileiros, não podemos esquecer disso nunca.
Dr. Telmo Moreira Alves – Nasceu em São Luis-MA, cursou a faculdade de Medicina da UFPA e formou-se em 1975 em Anestesiologia no hospital de base de Brasilia-DF. Mora em Santarém -PA. É Diretor Clinico na empresa Amazônia Diagnósticos – AD