A sede da empresa fica localizada na Vila de Alter do Chão
Como forma de burlar a crise econômica gerada pela pandemia global do coronavírus, a Ekilibre Amazônia, marca de cosméticos veganos e naturais encontrou uma maneira ecologicamente viável de garantir a saúde da empresa e evitar demissões em massa. A equipe desenvolveu um álcool 70, natural, a base de cereais, que protege de vírus e bactérias. O melhor de tudo: não agride a pele como os produtos convencionais disponíveis no mercado.
A empresa liderada por Kairós Kanavarro é referência na região norte do Brasil quando o assunto é o uso sustentável de recursos, fabricação artesanal de cosméticos e produtos de higiene pessoal. Fundada na vila turística de Alter do Chão, no oeste do Pará, a Ekilibre utiliza como matérias-primas ervas, raízes, frutas e frutos conhecidos, há gerações, dos povos da floresta. Cooperativas, comunidades ribeirinhas, assentados e indígenas fazem parte do time de fornecedores do empreendimento.
A disseminação da Covid-19 no território nacional pegou todos de surpresa, a grande maioria do empresariado local não tinha nenhum plano emergencial caso o vírus se alastrasse de forma rápida. “Eu confesso que fiquei assustado, coloquei meus funcionários em quarentena, fechei as postas e isso me deixou muito preocupado, pois eu teria que demitir meus colaboradores, encerrar as atividades da loja física e manter as vendas pelo site. Só conseguia pensar nisso”, lembra Kairós.
Após uma semana de isolamento total, Kanavarro reuniu com a equipe, teve uma conversa franca e pediu ajuda para que algum produto novo fosse criado, algo para alavancar as vendas e principalmente que não houvesse demissões. A reunião durou horas e finalmente nascia a estratégia de criar um álcool 70 a partir de insumos naturais que limpe, proteja, não agrida o meio ambiente e possa ser usado como um produto de higiene pessoal, algo prático e eficaz. “Assim surgiu a produção do álcool natural, a base de cereais. Pra gente é supertranquilo de desenvolver o produto, nós temos o laboratório, a estrutura toda montada. Inicialmente fizemos cem unidades como teste e foi um sucesso, vendemos tudo, entregamos na casa do cliente”, conta Kairós.
O segundo lote já está em fase de distribuição, com 500 mil unidades e os pedidos não param. Encomendas chegam de todos os lugares do Brasil. O empresário conta que tem sido muito gratificante receber um retorno positivo dos clientes. “Eles ficam felizes e satisfeitos quando a gente vai lá entregar, as pessoas não podem sair de casa e levamos o produto até a pessoa, somos recebidos com um sorriso no rosto e eles tem a sensação de que estão fazendo a sua parte. Meu trabalho tem uma relevância social”, destaca.
Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que é de suma importância a higienização das mãos sempre que possível para evitar a disseminação do novo coronavírus. A população deve lavar as mãos com frequência com água e sabão ou usar álcool em gel 70% e toalhas de papel descartáveis quando não puder lavar as mãos.
Emprego e renda
A fábrica gera 15 empregos diretos e cinco indiretos. O centro de distribuição da Ekilibre Amazônia fica em São Paulo (SP). A matriz, sediada em Alter do Chão fica distante quase 37 km da zona urbana de Santarém, uma das principais cidades do Pará. As vendas são feitas pelo site ekilibreamazonia.com/ e também em lojas especializadas em produtos naturais espalhadas pelos estados do PA, AM, SP, RJ, PR, SC, ES, BA e MG. O próximo passo é desenvolver álcool à base breu branco e priprioca.
Plurale em site – Por Ana Carolina Maia