Coronavírus encontrado na região Norte passou por 11 mutações

Estudo foi realizado no Instituto Leônidas e Maria Deane, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Imagem de computador criada pela Nexu Science Communication, em conjunto com o Trinity College, em Dublin, mostra um modelo estruturalmente representativo de um betacoronavírus, que é o tipo de vírus vinculado a Covid-19 (NEXU Science Communication/via REUTERS)

Um estudo feito no estado do Amazonas concluiu o primeiro sequenciamento do genômico do Sars-CoV-2 na região Norte e identificou nove mutações em relação à amostra original de Wuhan, na China, e 11 em relação ao sequenciamento feito em São Paulo, ainda em fevereiro deste ano, a partir do primeiro caso de infecção confirmado no país.

A pesquisa foi realizada no Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pelo pesquisador Felipe Naveca, especializado em virologia e biologia molecular.

Segundo Naveca, em 16 de março, foi feito o sequenciamento completo da amostra do vírus recolhida de um paciente que chegou ao Amazonas vindo da Espanha.

“A gente não tem ainda como saber se essas mutações da China para cá já são alguma coisa que terá impacto do ponto de vista clínico”, afirmou Felipe. Por enquanto, o objetivo é recolher informações sobre o Sars-CoV-2 para entender mais sobre a propagação da Covid-19.

“A priori não tem nada que a gente possa dizer que a mutação aqui está relacionada a um aumento de virulência desse vírus”, diz Felipe. “Mas isso sugere que ele ainda deve evoluir muito”, afirma o cientista.

O pesquisador acredita que o coronavírus passará por outras mutações durante a transmissão comunitária no Amazonas, gerando novas linhagens e levanta a hipótese de outra introdução do vírus no estado.

A amostra e a comparação com os vírus encontrados em outros locais indica que o Brasil está recebendo várias linhagens do vírus e que elas já passaram por processos de mutação.

Com informações do UOL